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Avião suspeito sobrevoou reator atômico de Berlim

(ef)26 de abril de 2002

O Departamento Federal de Polícia da Alemanha está investigando o vôo de um avião pequeno sobre um reator atômico de pesquisas de Berlim, sob suspeita de planejar atentado terrorista.

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Alemães temem atentado aéreo como o do World Trade Center.Foto: AP

Um porta-voz da repartição confirmou, em Wiesbaden, nesta sexta-feira (26), a informação do jornal Tagesspiegel dando conta que um avião de desporto sobrevoou, no mínimo duas vezes, as instalações do Instituto Hahn-Meitner para Pesquisas Atômicas, em Wannsee, nos dias 6 e 18 de outubro de 2001. Cientistas de todo o mundo pesquisam com colegas alemães no reator atômico de Berlim.

O porta-voz Dirk Büchner desmentiu, todavia, que as investigações sobre o Cessna tenha levado à descoberta do grupo radical islâmico Al Tawhid na Alemanha e à prisão de doze membros seus na última terça-feira, em buscas simultâneas em dez cidades alemãs. Ele não quis revelar mais detalhes por causa das investigações em marcha sobre o avião suspeito e o grupo dominado por extremistas palestinos, que teria planejado atos terroristas na Alemanha, segundo a Procuradoria Geral da República, em Karlsruhe.

A bordo do Cessna encontrava-se um homem de origem árabe, além do piloto alemão. O motivo alegado para os vôos foi fotografar campos de golfe. Segundo o Tagesspiegel, as investigações foram batizadas com o código "Abu Ali", que é também o nome de guerra de Yaser H., considerado pela Procuradoria Geral como o líder do grupo Al Tawhid.

Dos 12 supostos membros desse grupo radical islâmico presos na terça-feira, nove tiveram mandado de prisão decretado pelo Supremo Tribunal Federal na quinta-feira. Um é iraquiano, outro é egípcio e os demais são palestinos. Eles são acusados de pertencer a uma organização terrorista e de terem planejado atentados na Alemanha contra instituições judaicas e americanas.

Lei antiterror agravada

– Em conseqüência da descoberta do Al Tawhid, o Parlamento em Berlim aprovou, em regime de urgência, nesta sexta-feira, um novo parágrafo para a lei antiterror. Ele possibilita a punição, na Alemanha, de membros de organizações terroristas estrangeiras ou pessoas que as apóiem. O pacote de medidas antiterror, aprovado depois de 11 de setembro, só previa a perseguição e punição de organizações alemães.

O Ministério da Justiça qualificou a nova lei como um passo importante no combate ao terrorismo internacional. Os atentados nos Estados Unidos e em Djerba teriam mostrado que as organizações criminosas não limitam suas atividades num país. A oposição conservadora considerou o agravamento da lei insuficiente para combater o terrorismo internacional. Além disso, teria chegado tarde demais. Três dos supostos kamikases que chocaram dois aviões com as torres gêmeas do World Trade Center estudaram em Hamburgo.