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Autoridades buscam autor do atentado em Berlim

20 de dezembro de 2016

Refugiado paquistanês é liberado após ser detido por suspeita de avançar com caminhão contra feira de Natal. Identidade do autor segue desconhecida e não se sabe se ele agiu sozinho.

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Homenagens são prestadas as vítimas próximo ao local do ataque
Homenagens são prestadas as vítimas próximo ao local do ataqueFoto: Reuters/F. Bensch

Após um caminhão avançar contra um mercado de Natal em Berlim na noite de segunda-feira (19/12), o Departamento Federal de Investigações da Alemanha (BKA), a Procuradoria Federal da Alemanha e a polícia berlinense afirmaram na tarde desta terça-feira que o suspeito detido não é o condutor do veículo e que o agressor está à solta, possivelmente armado, e que ele pode ter cúmplices. A identidade dele segue sendo desconhecida.

O procurador federal Peter Frank (centro) em coletiva de imprensa sobre incidente em Berlim
O procurador federal Peter Frank (centro) em coletiva de imprensa sobre incidente em BerlimFoto: Reuters/C. Mang

Segundo as autoridades, o suspeito detido e liberado após interrogatório e averiguações – um refugiado paquistanês de 23 anos – foi perseguido por uma testemunha após saltar da cabine do caminhão. Esta testemunha, porém, o perseguiu a uma certa distância, no escuro, e a detenção se deu com base na descrição feita por ela, que se comunicava com a polícia por celular. Segundo a Procuradoria Federal, as investigações não apontaram evidências do envolvimento do paquistanês com o ataque. Ele não tinha, por exemplo, manchas de sangue na roupa.

O presidente do BKA, Holger Münch, disse que autoridades estão em alerta máximo para identificar possíveis envolvidos. Na noite desta terça-feira, o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria do atentado e afirmou que ele foi cometido por apenas uma pessoa.

Motivação terrorista

As autoridades supõem, mas ainda não confirmaram, que o atentado teve motivação terrorista. Ainda não se tem conhecimento de um vídeo em que um agressor reivindica a autoria. Apesar dos indícios – incluindo o fato de um mercado de Natal ter sido o alvo –, ainda é preciso investigar em todas as direções, disse o procurador federal Peter Frank.

Veja trechos do pronunciamento de Merkel sobre a tragédia

Segundo Frank, também ainda não está claro se o homem que teria avançado com o caminhão contra a multidão agiu sozinho ou teve cúmplices. Segundo o chefe da polícia berlinense, Klaus Kandt, não seria "estritamente necessário" que mais pessoas estivessem envolvidas, pois o ataque não foi tão "sofisticado" em termos de logística.

De acordo com as autoridades, dos 12 mortos no incidente – incluindo o polonês que estava no banco de passageiros e foi morto a tiros – sete já foram identificados. Seis deles eram cidadãos alemães, além do homem encontrado dentro do caminhão, que era o motorista da transportadora polonesa. Outras 49 pessoas ficaram feridas, 30 delas em estado grave. A arma com a qual o autor do ataque teria matado o motorista polonês do caminhão ainda não foi encontrada.

Segundo Kandt, o risco de terrorismo na Alemanha não é maior agora que antes do atentado em Berlim. "Estou convencido de que devemos continuar vivendo livremente", disse, acrescentando que não se pode construir muros ao redor dos mercados de Natal.

Antes, o ministro do Interior alemão afirmara que "não há mais qualquer dúvida" de que o atropelamento em Berlim é um atentado. A chanceler federal Angela Merkel também disse que, considerando o que se sabe até o momento, deve-se presumir que se trata de um ataque terrorista.

LPF/dpa/rtr