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Autores de atentados tinham contatos no Oriente Médio

28 de julho de 2016

Autoridades alemãs afirmam que refugiados que executaram ataques em Ansbach e Würzburg mantiveram contato e podem ter recebido instruções de pessoas no Oriente Médio. Autorias foram reivindicadas pelo "Estado Islâmico".

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Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann

O refugiado sírio de 27 anos que cometeu um atentado em Ansbach e o refugiado de 17 anos que atacou passageiros de um trem perto de Würzburg tiveram contato com pessoas no Oriente Médio, afirmaram investigadores e autoridades alemãs nesta quinta-feira (28/07).

Além disso, há evidências cada vez mais fortes de que o autor do atentado em Munique tinha simpatia pelo extremismo de direita, apesar de não frequentar a cena extremista alemã, e que possivelmente instigou via internet outro jovem a cometer um atentado.

Esta é a situação atual das investigações dos três recentes ataques, todos no estado sulista da Baviera:

Ansbach: o refugiado sírio, que morreu ao detonar uma bomba na entrada de um festival de música no domingo passado provavelmente recebeu instruções do Oriente Médio. De onde exatamente, o secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, não soube dizer. Segundo ele, os investigadores não sabem quem estava se comunicando com o jovem sírio em Ansbach.

Poucos momentos antes do atentado, este desconhecido teria fornecido instruções concretas ao sírio sobre o que deveria ser feito e como ele deveria se comportar. "O interlocutor sabia exatamente o que estava em jogo", garantiu Herrmann. A explosão em Ansbach, que matou somente o próprio homem-bomba, foi reivindicada pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).

O que pensam os refugiados após os ataques na Alemanha?

Würzburg: o refugiado, possivelmente afegão, que atacou passageiros de um trem regional perto de Würzburg também teve contato com alguém no Oriente Médio. Segundo a agência de notícias alemã DPA, que citou investigadores, o agressor teve contato com uma pessoa desconhecida ou uma organização poucos minutos antes de executar o ataque. "Quem era não podemos dizer", disse a fonte. É certo, no entanto, que a pessoa do outro lado da comunicação estava no Oriente Médio.

Na segunda-feira da semana passada, um refugiado de 17 anos avançou com uma faca e um machado contra os passageiros. Quatro pessoas ficaram feridas. Durante sua tentativa de fuga, o jovem afegão foi morto pela polícia alemã. Este ataque também foi reivindicado, posteriormente, pelo "Estado Islâmico".

Munique: investigadores afirmaram que Ali David S. – autor do atentado num centro comercial na capital bávara – não militava na cena de extrema direita. Segundo Herrmann, não há evidências de uma participação ativa do jovem de 18 anos em círculos extremistas.

No entanto, está claro que Ali David S. alimentava simpatias pelo islamofóbico norueguês Anders Behring Breivik. Ele também sentia orgulho de ter nascido no mesmo dia que o líder nazista Adolf Hitler e se dizia ariano por sua condição de alemão e iraniano. Na sexta-feira, Ali David S. matou nove pessoas em Munique, antes de cometer suicídio.

Ludwigsburg: Um adolescente de 15 anos foi detido na região de Ludwigsburg, no sudoeste da Alemanha, sob suspeita de preparar um ataque homicida. De acordo com as conclusões dos investigadores, o jovem elaborou planos concretos para atacar sua escola. Na casa dele foram encontrados munição, facas, produtos químicos e instruções para a fabricação de explosivos, rotas de fuga da escola, colete à prova de balas e utensílios para cobrir o rosto.

Segundo a promotoria de Stuttgart, o adolescente afirmou que teria se afastado de seus planos. Durante a investigação, autoridades descobriram que houve contato pela internet entre o jovem de Ludwigsburg e o autor do ataque em Munique.

Stuttgart: um abrigo de refugiados no estado de Baden-Württemberg foi revistado depois que um requerente de refúgio se vangloriou de ter contatos com o EI. O jovem de 20 anos teria dito, entre outras coisas, que esteve envolvido em combates pelo EI na Síria, disseram autoridades de Stuttgart, que lançaram uma investigação contra ele por suspeita de participação em uma organização terrorista estrangeira.

PV/dpa/afp