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Autor de ataque suicida em Ansbach pode ter tido cúmplice

27 de julho de 2016

Refugiado sírio que detonou bomba em Ansbach manteve contato intenso pelo celular com um desconhecido até momentos antes do atentado, afirmam autoridades. Terapeuta alertou para um "suicídio espetacular".

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Perícia da polícia alemã analisa local onde um homem-bomba sírio cometeu suicídio
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann

O refugiado sírio de 27 anos, que morreu ao detonar uma bomba na entrada de um festival de música na cidade de Ansbach, no domingo, pode ter sido influenciado por outra pessoa, com a qual esteve em contato até o momento da explosão, segundo investigadores.

O secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, comunicou nesta quarta-feira (27/07) que o suicida, Mohammed D., manteve contato intenso em um chat por meio de seu telefone celular com um desconhecido.

"Houve um contato direto com alguém que influenciou sensivelmente para que ele realizasse o atentado", disse Herrmann. Segundo o secretário do Interior da Baviera, o diálogo entre o homem-bomba e o desconhecido foi encerrado "poucos momentos antes do atentado, aparentemente".

Herrmann salientou que ainda não se sabe se o desconhecido no chat se comunicou com o suicida a partir da Alemanha ou do exterior. Também não pôde ser determinado há quanto tempo existia um contato entre os dois.

O secretário do Interior da Baviera também não soube dizer se o contato era um membro do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) ou se o suicida foi enviado para a Alemanha com o objetivo de executar um atentado. Antes da ação, que deixou 15 feridos, o suicida gravou um vídeo no qual jurou lealdade ao EI, que reivindicou o atentado.

Tendências suicidas

O tabloide alemão Bild publicou, nesta quarta-feira, extratos do relatório de um dos terapeutas que, em 2015, atendeu o refugiado e que afirmou que o jovem era capaz de executar um suicídio "espetacular" se fosse expulso da Alemanha para a Bulgária. "Ele não tem nada a perder depois da morte da esposa e do filho de 6 meses", diz o parecer. O sírio estava em tratamento psiquiátrico por depressão e tentativas de suicídio.

Seu pedido de refúgio havia sido rejeitado em dezembro de 2014 porque foi comprovado que ele tinha recebido refúgio previamente na Bulgária, mas a devolução a esse país foi suspensa em fevereiro de 2015 por causa de diversos relatórios médicos que indicavam os problemas de saúde do jovem. Desde então, ele tinha o status de "tolerado".

Em 13 de julho, Mohammed D. foi informado de que tinha sido reativada essa ordem de expulsão e que ele tinha 30 dias para deixar a Alemanha.

PV/efe/afp/dpa