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Autor de ataque em Toronto teria visado mulheres

25 de abril de 2018

Mensagem publicada por Alek Minassian nas redes sociais minutos antes do atropelamento sugere misoginia como motivação. Apesar de semelhança com atentados na Europa, Canadá descarta ligação com terrorismo.

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Série de atropelamentos na movimentada rua Yongue causou a morte de 10 pessoas na cidade canadense de TorontoFoto: picture-alliance/AP Photo/The Canadian Press/N. Denette

A polícia de Toronto revelou que Alek Minassian, indiciado na terça-feira (24/04) com dez acusações de homicídio premeditado e 13 tentativas de assassinato, publicou minutos antes da série de atropelamentos de segunda-feira uma mensagem cifrada no Facebook que sugere ódio a mulheres.

Pouco antes de atropelar e matar dez pessoas na movimentada rua Yonge, numa área comercial no norte da cidade canadense, Minassian publicou uma mensagem na qual se referre a Elliot Rodger. O estudante universitário matou seis pessoas e feriu outras 13 com tiros e facadas, perto da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, antes de cometer suicídio, em 2014.

"Soldado (recruta) Infantaria Minassian 00010, deseja falar com sargento 4chan, por favor. C23249161. A rebelião incel já começou! Nós vamos derrubar todos os Chads e Stacys! Saudações ao Senhor Supremo Elliot Rodger", diz o post, já apagado da rede social Facebook.

Rodger usou o termo "incel" – usado para homens que ficam sozinhos involuntariamente – em mensagens online de fúria contra as mulheres por rejeitá-lo, enquanto nos fóruns de internet usam-se, por vezes, os nomes Chad e Stacy como gíria indolente para homens e mulheres com vida sexual mais intensa e ativa.

A publicação de segunda-feira no Facebook, que a polícia canadense confirmou ter sido colocada pelo autor do atropelamento, foi retirada pela rede social após o incidente, com a justificativa de que "não há absolutamente lugar na plataforma para pessoas que cometem atos tão horrendos".

As autoridades ainda não divulgaram uma lista de vítimas. Entre os nomes conhecidos de mortos estão Anne Marie D'Amico, uma mulher de 30 anos de Toronto, que era ativa em trabalho voluntário, assim como uma estudante da faculdade Seneca College, que Minassian também frequentou. Dois cidadãos da Coreia do Sul e um da Jordânia também estão entre os mortos.

"Ele subiu na calçada e começou a atingir todo mundo"

Na quarta-feira, Minassian foi levado a um juiz. O agressor não apresentou qualquer recurso nem contestou nenhuma das acusações. Ele terá de comparecer ao tribunal, para julgamento, em 10 de maio.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, eliminou oficialmente a hipótese de terrorismo. "A investigação prossegue, mas é muito claro que não há ligação com a segurança nacional", afirmou Trudeau.

Segundo ele, "vai levar tempo" para entender as causas que motivaram o jovem a decidir atropelar dezenas de pessoas numa das principais vias de Toronto. 

Já o ministro da Segurança Pública, Ralph Goodale, afastou a possibilidade de alargar a investigação por considerar que se tratou de um ato isolado do condutor, um jovem de 25 anos oriundo do norte de Toronto. 

Fotografias e vídeos da detenção mostraram um homem agressivo, que enfrentou um policial empunhando um objeto não identificado, ao lado de uma van branca com a dianteira da carroçaria danificada.

O incidente ocorreu quando Toronto acolhia um encontro dos ministros da Segurança Pública do G7, depois de ter sido o anfitrião, durante o fim de semana, da reunião dos ministros das Relações Exteriores dos sete países mais industrializados do mundo – EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá.

PV/lusa/ap

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