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Austríaca que fugiu do cativeiro concede primeira entrevista

6 de setembro de 2006

Tevê transmite primeira entrevista de austríaca que fugiu após oito anos de cativeiro. Ela está muito traumatizada, dizem profissionais que a acompanham. Entrevista reverte para fundo que custeará seus estudos e moradia.

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As primeiras fotos de NataschaFoto: AP

A emissora privada RTL transmitirá na noite desta quarta-feira (06/09), na Alemanha, a primeira entrevista concedida à tevê pela austríaca Natascha Kampusch, de 18 anos, que havia sido seqüestrada no caminho da escola e passou oito anos em cativeiro numa pequena cidade próxima a Viena. A entrevista de 20 minutos foi gravada pela emissora estatal austríaca ORF, que a transmitirá uma hora antes que o canal alemão.

Jahresrückblick September 2006 Österreich Natascha Kampusch
As primeiras fotos de NataschaFoto: AP

A garota, que está sendo mantida em um local secreto, tem aconselhamento psicológico, recebe apoio médico e dispõe de um consultor de imprensa para protegê-la de curiosos. Desde que fugiu de seu raptor, um eletrotécnico de 44 anos, em 23 de agosto último, seu rosto não foi fotografado. Na semana passada, em carta à imprensa e à opinião pública, ela apelou pelo respeito de sua esfera privada até que estivesse em condições de contar o que aconteceu.

Ela mesma havia manifestado o interesse em informar pessoalmente sobre o caso. "Discutimos a questão por muito tempo e acho que ela deveria ficar mais protegida", disse seu consultor, Dietmar Ecker, segundo o qual havia solicitações de entrevista de mais de 300 veículos em todo o mundo.

A decisão de dar a entrevista – que teria sido gratuita – foi tomada por vários motivos. Além de os psicólogos acreditarem ser uma boa maneira de superar o trauma do cativeiro, é uma forma de satisfazer o interesse das pessoas que vibraram com sua libertação, conta Eckert. Além disso, "se ela ficar escondida, os fotógrafos vão caçá-la até conseguir a primeira foto", explicou.

Na tarde desta quarta-feira, o jornalista Christoph Feurstein, que conduziu a entrevista, disse que Natascha mostrou seu rosto, mas escondeu o cabelo para poder mudar de aparência depois. Feuerstein disse ter ficado surpreso com a confiança que ela demonstrou, mas também se disse chocado com o conteúdo da entrevista.

Segundo os profissionais que a acompanham, ela está profundamente traumatizada e deve continuar sob intenso acompanhamento psicológico por pelo menos mais um ano. Embora a ORF não tenha pago pela entrevista, a emissora vendeu direitos internacionais de transmissão.

Toda a renda irá para um fundo no nome de Natascha, disse Ecker, para custear as despesas de estudos e formação profissional. A garota também concedeu entrevistas à revista News e ao jornal Kronen-Zeitung, em troca de um pacote que inclui uma oferta de emprego vitalício, colaboração com seus estudos e ajuda habitacional.

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