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Desenvolvimento salarial

8 de setembro de 2009

Estudo da União Europeia (UE) aponta que salários na Alemanha cresceram menos que em outros países do bloco. Além disso, a discrepância salarial entre homens e mulheres alemães é uma das maiores da Europa.

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Desigualdade social medida pela remuneraçãoFoto: picture-alliance/Sven Simmon

Alemanha e China disputam páreo a páreo o título de campeão mundial de exportações. Em 2008, a Alemanha conseguiu manter o título com um volume de exportações de quase um trilhão de euros. No primeiro semestre de 2009, no entanto, as exportações chinesas ultrapassaram pela primeira vez as alemãs, que encolheram bastante devido à crise.

Mas a Alemanha agora está recuperando terreno. Em julho deste ano, os exportadores alemães venderam bem mais produtos do que esperado. Segundo o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, as exportações cresceram 2,3% em relação a junho. No total, a Alemanha vendeu 70,5 bilhões de euros em mercadorias em julho de 2009.

Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, no entanto, as exportações alemãs sofreram uma queda de 18,7%. Com um superávit de 176 bilhões de euros, a balança comercial alemã continuou positiva em 2008. Os bilhões das exportações não se refletiram, todavia, nos salários de empregados e trabalhadores.

Redução do salário real na Alemanha

Segundo relatório sobre o desenvolvimento salarial europeu em 2008, divulgado nesta segunda-feira (07/09) pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound), o aumento real de salários no ano passado na Alemanha foi somente de 0,1%. Em 2007, houve até mesmo uma diminuição de 0,1% do salário real.

O estudo do órgão europeu sediado em Dublin apontou que, na comparação europeia, a Alemanha ocupa um dos últimos lugares. Em média, os ordenados dos trabalhadores dos países-membros da UE aumentaram 1,3% em 2008. Em 2007, o aumento real dos salários chegou até mesmo a 3,6%.

Ältere Beschäftigte: Frau am Laptop
Mulheres alemãs ganham em média 23% menos que homensFoto: picture alliance/chromorange

Também na remuneração entre homens e mulheres, os alemães também ficaram atrás da maioria dos países-membros da UE. Na Alemanha, mulheres ganham em média 23% menos do que seus colegas do sexo masculino. Somente no Chipre, na Holanda, Eslováquia e Estônia, a discrepância salarial entre os sexos ainda é maior.

Em média, nos países da UE, mulheres ganham 16,6% menos do que homens. As menores diferenças se encontram na Itália (4,4%), em Portugal e na Eslovênia (8,3%, respectivamente).

Reações dos sindicatos

Os sindicatos europeus criticaram com rigor o desenvolvimento salarial na Alemanha. "O tratamento desigual entre homens e mulheres na Alemanha é um escândalo", disse o vice-secretário-geral da Confederação dos Sindicatos Europeus (EGB), Reiner Hoffmann.

Ao jornal Die Welt, Hoffmann mencionou que, na Alemanha, as mulheres ganham menos apesar de terem melhor formação profissional. "Os empregadores na Alemanha devem finalmente reorientar-se e conceder os mesmos direitos salariais às mulheres. Outros países mostram que isso é possível".

Diferença entre sexos

Outro estudo divulgado nesta terça-feira (08/09), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apontou que, na Alemanha, um homem com curso superior ganha, ao longo de sua trajetória profissional, 150 mil euros mais que alguém que tenha feito um curso profissionalizante. Já no caso de uma mulher, essa vantagem cai para 95 mil euros.

CA/dpa/ap/afp/rtr

Revisão: Simone Lopes