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Aumenta violência por motivos racistas na Europa

Estelina Farias26 de dezembro de 2001

Crimes por motivos racistas e discriminação contra estrangeiros são um problema em todos os 15 países da União Européia e aumentaram sobretudo na Alemanha, França, Grã-Bretanha, Suécia e Espanha, no ano 2000.

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A Central de Observação do Racismo e Xenofobia, com sede em Viena, constatou na União Européia, em 2000, um crescimento ameaçador da violência por motivos xenófobos, anti-semitas e racistas, bem como da discriminação de pessoas por causa da cor de sua pele ou da religião.

Isso vale especialmente para cinco países da UE, segundo a diretora da Central, Beate Winkler: Alemanha, França, Grã-Bretanha, Suécia e Espanha. Na Alemanha, os crimes por motivos racistas aumentaram 33% em relação a 1999. No Reino Unido, duplicaram.

A discriminação é praticada em todos os países comunitários, mas a compreensão de crime de racismo se diferencia de país para país. Em muitos Estados europeus, ataques xenófobos raramente são catalogados pela polícia como violência racista. Por isso, Winkler admite a possibilidade de que as nações onde se registram os percentuais maiores de crimes dessa natureza não sejam de fato as que mais discriminam e perseguem estrangeiros, judeus ou ciganos.

Campeão de racismo

– "Não existe campeão de racismo, xenofobia ou anti-semitismo na Europa, todos os países-membros têm este problema", disse a diretora da órgão da UE encarregado de observar manifestações de racismo e discriminação no clube dos 15 mais ricos da Europa.

Especialmente na Espanha a violência adquiriu, em 2000, proporções inimagináveis. O caso mais chocante foram os distúrbios no lugarejo Ejido. A população local atacou imigrantes marroquinos e os perseguiu pelas ruas durante quatro dias, como se fossem animais selvagens. A polícia interveio com grande hesitação.

As estatísticas econômicas também espelham a discriminação de forma cruel. Na França, a taxa de estrangeiros desempregados é o dobro da dos franceses e na Alemanha os imigrantes são cinco vezes mais afetados pelo desemprego do que os alemães.

Muçulmanos

– A Central de Observação do Racismo na UE teme que o resultado de suas pesquisas em 2001 seja ainda mais assustador, em virtude de 11 de setembro. Os atentados nos Estados Unidos, atribuídos a extremistas islâmicos, levaram a um considerável aumento dos ataques verbais e físicos contra imigrantes de países muçulmanos. "Muitos islâmicos encontram-se numa situação em que têm sempre de justificar que não são terroristas", disse Winkler.