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Aumenta número de mães que trabalham

Neusa Soliz11 de maio de 2002

O trabalho de meio expediente é o preferido das mulheres com filhos menores de idade. Mães ganham por hora 79% do salário masculino, segundo estudo.

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Filhos pequenos significam pausa na vida profissional da mulherFoto: Bilderbox

Um número cada vez maior de mães fazem parte da população economicamente ativa na Alemanha. Em abril de 2001, 60% das mulheres com filhos menores de idade exerciam uma profissão, informou o Departamento Federal de Estatísticas, em Wiesbaden, por ocasião do "Dia das Mães".

Dessa forma, o número de mães que trabalham aumentou 5% de 1996 até o ano passado. Em abril de 2001 havia 5,3 milhões de mães alemãs trabalhando e 390 mil profissionais que recorreram à chamada "pausa do bebê", isto é, à possibilidade de afastar-se do trabalho até dois anos, sem perder o emprego.

Diferenças no mesmo país

- O número de mulheres com filhos que exercem uma atividade profissional continua sendo maior na parte leste do país (antiga Alemanha Oriental, comunista), se bem tenha diminuído a diferença. Na parte ocidental, houve um aumento de 7% nos últimos 5 anos, subindo para 58% do total de mães com filhos abaixo de 18 anos. Na parte leste, a cota diminuiu 3%, totalizando 69%.

Regime integral x meio expediente

- A maioria das mulheres com crianças trabalha em regime de meio expediente ou alguns dias por semana. Nesse aspecto também há diferenças leste-oeste: somente 15% trabalham em período integral no ocidente, enquanto a cota é de 45% no leste. O trabalho de meio expediente é, em parte, uma conseqüência do número insuficiente de creches e jardins da infância.

Filhos influenciam vida profissional da mulher

Quando se trata de educar os filhos, os homens cedem a vez às mulheres, pois é raro o pai que requer a licença de "pausa do bebê", possibilidade que a lei alemã prevê. Isso só acontece nos poucos casos em que o casal decide priorizar a carreira da mulher.

Frau am Computer
Foto: Illuscope

Um estudo, publicado em Colônia esta semana pelo Instituto da Economia Alemã (IW), afirma que fazem parte do passado os tempos em que a mulher não tinha vez na concorrência com os homens no mundo do trabalho. No entanto, ele reconhece que, na hora da chegada de um filho, acaba sendo a mulher a ficar em casa. De cada 10 pais, 9 exercem uma profissão, enquanto trabalham duas mães de cada grupo de três. À medida em que aumenta o número de filhos, altera-se a proporção, em prejuízo da mulher. Isso levou os autores do estudo do IW a constarem que "a fundação de uma família influenciou primordialmente o comportamento das mulheres em relação à vida profissional na Alemanha".

Salário menor

- A interrupção do trabalho por causa dos filhos também se faz notar no salário. O instituto de Colônia calculou que as mães do ocidente ganharam, em média, 79% do salário masculino por hora, no ano 2000. "Elas" ganham menos porque geralmente não têm a mesma qualificação que os homens e sua experiência profissional é mais curta. "Enquanto os homens trabalham na mesma firma em média 11 anos seguidos, as mulheres trabalham 9 anos, por causa da cegonha", afirma o IW.

A pausa para ter filhos e menor experiência profissional também são razões para que ainda haja um pequeno número de mulheres nas posições de liderança nas empresas. Entre os funcionários do sexo masculino, somente 5,5% conseguem ascender a altos cargos, enquanto a porcentagem cai para 1,3% tratando-se do sexo feminino.

Recomendações

- As mulheres só conseguirão combinar melhor família e profissão se puderem contar com mais creches e jardins para as crianças, segundo o instituto, que exige providências dos políticos. Aos empresários, ele recomenda criarem mais vagas de meio expediente. Na parte ocidental da Alemanha, praticamente a metade das mães com filhos menores trabalha, no máximo, 20 horas por semana.