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100 anos de Audi

16 de julho de 2009

Com longa história de rupturas, empresa sofre menos com a atual crise econômica do que o setor em geral. Tendo atravessado fases de reestruturação e diversos recomeços, Audi comemora trajetória de sobrevivência.

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Quatro círculos lembram fusão na década de 30Foto: AP

O engenheiro alemão August Horch esteve sempre envolvido com carros: depois de trabalhar por vários anos na Carl Benz, ele resolveu fundar a sua própria empresa. Em 16 de julho de 1899, nascia a Horch & Cia Motorwagen Werke, em Colônia.

Em 1902, o empresário mudou-se para Zwickau, na Saxônia e dois anos depois abriu o capital da empresa. A decisão custou-lhe caro: em 1909, numa disputa entre os executivos, August Horch foi obrigado a deixar a empresa que fundou.

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August Horch, criador da marcaFoto: Audi

O difícil recomeço não desanimou o engenheiro. Algumas semanas depois, Horch criou uma segunda empresa. No entanto, foi proibido de usar seu sobrenome após ter perdido uma disputa judicial contra sua antiga companhia.

Um notável personagem fez história: Heinrich Fikentscher, de 10 anos, filho de um amigo de Horch, sugeriu uma adaptação do sobrenome do engenheiro para o latim. Era o inicio da era Audi.

A produção de veículos começou em pequena escala. Segundo o princípio de Horch, a empresa deveria investir em carros bons e fortes. A marca logo ganhou prestígio: por três anos seguidos, entre 1911 e 1914, um carro da Audi ganhou o rally austríaco que cruza os Alpes. O modelo C 14/35 PS recebeu o codinome de "alpino vitorioso."

Os carros de Horch introduziram nova tecnologia no mercado: cilindros de alumínio no motor e contador de rotações, por exemplo. Em setembro de 1921, a Audi começou a produção do primeiro carro alemão com o volante posicionado no lado esquerdo.

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Modelo que ganhou competições nos AlpesFoto: Audi

Em 1932, no auge da crise econômica mundial, a Audi optou por uma fusão com três outras marcas de veículos estabelecidas na Saxônia. "Os quatro anéis viram a marca da nova empresa, a Auto Union AG. Eles simbolizam a Audi, DKW, Horch e Wanderer", explica o professor Peter Kirchberg, especialista em história do automobilismo.

No período da Segunda Guerra Mundial, a empresa interrompeu a produção de carros de passeio e se concentrou na fabricação de veículos militares, um segmento ao qual a Auto Union já se dedicara desde 1930.

Ao fim da guerra, em 1945, a empresa foi desmantelada pelo governo soviético. Foi na antiga sede da empresa que, em meados de 1950, começou a ser fabricado o Trabant, carro que virou símbolo da Alemanha Oriental.

O recomeço foi em 1949: empréstimos do governo da Baviera e do Plano Marschall ajudaram a nova indústria. A produção da "segunda era" da Auto Union foi baseada nos princípios da DKW e logo naquele ano motocicletas e um modelo van passaram a ser vendidos.

Depois da morte de August Horch, em 1951, a empresa foi adquirida por Friedrich Karl Flick, da Daimler-Benz AG. Em 1965, Auto Union passou a ser parte do grupo Volkswagen. A unidade de Ingolstadt foi utilizada para a produção do Fusca e parou de fabricar os modelos próprios da Audi.

Mas Ludwig Krauss, engenheiro, montou clandestinamente um modelo histórico. "O grande Audi 100. Um carro esportivo confortável, vendido a partir de 8590 marcos", lembra Krauss.

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Os quatro anéis da marca, usados a partir de 1932Foto: picture-alliance/ dpa

Até 1976, cerca de 830 mil unidades do Audi 100 foram para as ruas. Outra fusão, desta vez com a NSU Motorenwerke AG, transformou a empresa em Audi NSU Auto Union.

Em 1985, seu nome voltou a mudar, passando a AUDI AG e a sede, que era em Neckarsulm, retornou a Ingolstadt.

Apesar da fama mundial, a empresa evidentemente sentiu os solavancos da atual crise econômica. Mas o impacto sobre a Audi não foi tão grande quanto o que o setor sofreu como um todo.

"De janeiro a março, o mercado mundial sofreu uma queda de 21,3%; no mercado de luxo, a redução chegou a 30%. Na Audi, a diminuição de pedidos de entrega foi de 16,4%. Não estamos tão mal assim", comentou o chefe executivo Rupert Stadler.

Sem pensar em crise e aproveitando a ocasião de seu centenário, a empresa se prepara para o lançamento do novo modelo, o A1. O plano da empresa é liderar o setor de carros de luxo, deixando pra trás BMW e Mercedes-Benz.

NP/DW

Revisão: Simone Lopes