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ClimaEspanha

Ativistas do clima se colam em quadros do Museu do Prado

5 de novembro de 2022

Seguindo a onda de ataques a obras de arte em museus europeus, manifestantes do grupo Futuro Vegetal pintam "+1,5ºC" na parede e se colam a molduras de quadros de Francisco Goya, no célebre museu em Madri.

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Ativistas do clima colados a molduras de quadros de Francisco Goya no Museu do Prado. Na parede está pichado "+1,5ºC".
"+1,5ºC" é o acréscimo máximo da temperatura global em relação à era pré-industrial previsto no Acordo de ParisFoto: FuturoVegetal via REUTERS

Dois integrantes do grupo espanhol Futuro Vegetal colaram-se neste sábado (05/11) às molduras das pinturas A Maja nua e A Maja vestida, de Francisco de Goya (1746-1828), expostas no Museu Nacional do Prado, em Madri, numa manifestação de protesto pela emergência climática.

Entre as duas pinturas, os ativistas picharam "+1,5ºC", para "alertar sobre o aumento da temperatura global que causará um clima instável e graves consequências em todo o planeta", cita a agência EuropaPress. A cifra indica o acréscimo máximo admissível da temperatura global em relação à era pré-industrial, uma meta prevista no Acordo de Paris de 2015 e longe de ser alcançada.

Na véspera, membros do grupo italiano de desobediência civil Ultima Generazione jogaram sopa de ervilhas na tela do holandês Vincent Van Gogh (1853-1890) O semeador, exposta no Palazzo Bonaparte, em Roma. Quatro ativistas foram presos durante o protesto.

Localizado no centro da capital, o Prado é o principal museus de arte nacional da Espanha, abrigando mais de 20 mil obras, entre esculturas, desenhos, gravuras e pinturas, com destaque para uma extensa coleção de óleos de Goya e de Diego Velázquez (1599-1660).

Ativistas com coletes cor-de-laranja jogam líquido amarelo em quadro em museu
Quadro de Monet atacado com purê de batatas em museu de Potsdam, em 23/10/2022Foto: twitter.com/AufstandLastGen

Museus europeus na mira de ambientalistas

Ambos os protestos integram uma série recente de atentados em instituições museológicas, em nome da proteção do clima. No início desta semana, o Ministério de Cultura de Espanha emitira uma circular em reação aos atos, recomendando o aumento de vigilância nos museus e maior atenção aos visitantes.

Desde julho deste ano, várias associações ambientalistas têm escolhido como palco para seus protestos museus do Reino Unido, Alemanha, Itália e Holanda, destacando-se o grupo britânico Just Stop Oil, criado por membros do Extinction Rebellion, e o alemão Letzte Generation.

Entre os alvos esteve Girassóis, de Van Gogh, em exposição na National Gallery de Londres: atacado com sopa de tomate em 14 de outubro. Nove dias mais tarde, no Museu Barberini de Potsdam, dois participantes do Letzte Generation jogaram purê de batata num quadro da série Les Meules (Montes de feno), do impressionista francês Claude Monet (1840-1926), exposto sob empréstimo. Em ambos os casos, houve no máximo danos às molduras, já que as obras estavam protegidas por vidros.

Via de regra, os ativistas se colam às molduras ou às paredes de exposição. Diversas instituições adotaram ou preparam medidas adicionais de segurança, além de alterações em sua política de empréstimos.

No fim de agosto, duas jovens também haviam se colado na moldura do quadro Descanso na fuga para o Egito, de Lucas Cranach, o Velho, na Gemäldegalerie de Berlim, segurando um placar pró-clima. Ações semelhantes de ativistas de proteção climática já ocorreram nos museus Frankfurt Städel e na Gemäldegalerie de Dresden. O grupo Letzte Generation já ganhou fama ao promover o bloqueio de rodovias e cruzamentos.

av (AFP,Reuters,Lusa,DPA)