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Atentado atinge maior aeroporto de Istambul

28 de junho de 2016

Aeroporto Atatürk, o principal da cidade, é alvo de três explosões provocadas por homens-bomba, que deixaram ao menos 41 mortos e 239 feridos. Segundo autoridades turcas, há indícios de participação do "Estado Islâmico".

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Türkei Explosionen und Schüsse am Flughafen in Istanbul
Foto: picture-alliance/dpa/S. Suna

Três explosões atingiram o aeroporto Atatürk, o principal de Istambul, na noite desta terça-feira (28/06). Segundo autoridades da Turquia, o ataque foi executado por três homens-bomba, deixando ao menos 41 mortos e 239 feridos.

Horas após o atentado, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que evidências apontam para a participação do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) no ataque. A autoria, porém, não foi reivindicada pelo grupo.

O premiê afirmou ainda que o número de mortos subiu para 36 – o balanço inicial era de dez mortes – e citou "muitos feridos", sem dar um número exato. A última informação oficial, vinda do ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, era de 147 feridos. Há estrangeiros entre as vítimas, afirmou Yildirim.

Segundo o primeiro-ministro, os três homens-bomba chegaram ao aeroporto de táxi. No terminal, abriram fogo contra os passageiros usando fuzis automáticos, antes de explodir as bombas que carregavam no corpo. A identidade e a nacionalidade dos terroristas não foram divulgadas.

Em discurso transmitido pela televisão turca mais cedo, Bozdag já havia dito que homens armados com fuzis AK-47 trocaram tiros com policiais na entrada do terminal internacional e, em seguida, detonaram explosivos.

As explosões teriam ocorrido antes do primeiro controle policial – no aeroporto Atatürk, há revistas e raio-x na entrada do terminal e antes dos portões de embarque.

Embora as autoridades turcas falem em três terroristas, testemunhas disseram ter visto quatro suspeitos. Questionado sobre um quarto homem, Yildirim respondeu que as autoridades não têm essa informação, mas que estão considerando todas as possibilidades.

"Nós estávamos no controle de passaportes. Ouvimos tiros. Havia quatro pessoas, e elas começaram a atirar contra os passageiros. Em seguida, elas se explodiram", afirmou uma testemunha à CNN.

Outras testemunhas ouvidas pela emissora disseram que ouviram duas violentas explosões, gerando caos no aeroporto. "Foi muito forte, todas as pessoas entraram em pânico e começaram a correr para todos os lados", disse um passageiro.

"Sangue de pessoas inocentes"

Em comunicado, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o atentado. "Está claro que este ataque tem como único objetivo criar material de propaganda contra nosso país, usando simplesmente o sangue e a dor de pessoas inocentes", disse Erdogan, acrescentando que espera do mundo um "posicionamento firme" contra grupos terroristas.

O Ministério do Interior da Turquia montou um centro de crise para monitorar a situação. Dezenas de ambulâncias foram enviadas ao aeroporto, e taxistas transportaram os feridos para hospitais, segundo informou a imprensa local.

Todos os voos foram cancelados. As aeronaves que já estavam no ar e deveriam aterrissar em Istambul foram desviadas para cidades próximas. O aeroporto ficará fechado até às 20h desta quarta-feira, no horário local (14h em Brasília).

Atatürk é o terceiro aeroporto de maior circulação da Europa, atrás do Heathrow, em Londres, e o Charles de Gaulle, em Paris.
Atatürk é o terceiro aeroporto mais movimentado da Europa, atrás do Heathrow (Londres) e o Charles de Gaulle (Paris)Foto: Reuters/O. Orsal

Turquia, alvo de ataques

Nos últimos meses, os atentados – atribuídos a radicais curdos e ao "Estado Islâmico" – aumentaram em escala e frequência, espantando visitantes estrangeiros e abalando a economia, em parte dependente do turismo.

No início deste mês, um carro-bomba foi detonado em Istambul, no momento em que um ônibus da polícia passava próximo. Seis policiais e cinco civis morreram no ataque, reivindicado por radicais curdos.

Em fevereiro, a detonação de um carro-bomba deixou 29 mortos em Ancara. Em 13 de março, um ataque semelhante fez 37 vítimas. Dias depois, cinco pessoas morreram e 39 ficam feridas em um atentado suicida no centro de Istambul.

Os quatro ataques foram reivindicados pelo grupo Falcões da Liberdade do Curdistão (FAK), uma facção dissidente do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

O maior atentado terrorista já ocorrido na Turquia foi em outubro de 2015, resultou em 102 mortes e foi reivindicado pelo grupo jihadista "Estado Islâmico".