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Ataque terrorista a aeroporto deixa pelo menos 28 mortos no Paquistão

9 de junho de 2014

Segundo o Exército, todos os 10 atacantes teriam sido mortos. Talibãs dizem que ataque foi vingança por bombardeios de drones americanos. Incidente é revés para conversações de paz entre Islamabad e radicais islâmicos.

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Foto: picture-alliance/dpa

Pelo menos 28 pessoas morreram em um ataque de talibãs ao Aeroporto Internacional Jinnah, em Karachi, no Paquistão. O assalto foi lançado pouco antes da meia-noite (hora local) de domingo por um grupo de homens munidos com armas automáticas e granadas. Nesta segunda-feira (09/06), o Exército anunciou que todos os 10 atacantes haviam sido mortos. Eles teriam entrado pelo aeroporto com documentos falsos.

Alguns dos assaltantes vestiam uniformes do Exército. Pelo menos três deles teriam se suicidado, detonando coletes com explosivos.

"O ataque está terminado e limpamos a área de todos os militantes", disse um porta-voz da organização paramilitar Rangers, Sibtain Rizvi, após quase 12 horas de combates. Entre as vítimas do assalto, estão oito guardas da segurança do aeroporto e quatro funcionários da Pakistan International Airlines (PIA).

O ataque fez ainda 26 feridos, que foram levados para o hospital de Karachi. Um porta-voz da PIA disse que nenhum passageiro foi afetado pelo incidente. A autoridade da aviação civil do Paquistão informou que as operações de voo seriam retomadas em Karachi durante a tarde desta segunda-feira.

Retaliação contra bombardeios

"Realizamos o ataque no aeroporto de Karachi para vingar a morte de Hakimullah Mehsud", disse à agência de notícias AFP Shahidullah Shahid, porta-voz do movimento radical islâmico dos talibãs paquistaneses, que trava desde 2007 uma sangrenta guerra contra o governo de Islamabad, visando a criação de um Estado islâmico.

Hakimullah Mehsud foi morto em novembro, na sequência de um ataque de um drone (avião não tripulado) americano numa zona fronteiriça tribal no noroeste do país, um reduto talibã. "O Paquistão usou as conversações de paz como ferramenta de guerra", acusou Sharid. "Este é o nosso primeiro ataque vingando a morte de Hakimullah Mehsud", acrescentou. "Temos ainda de vingar a morte por ataques aéreos de centenas de mulheres e crianças inocentes", disse, frisando que "isto é apenas o começo".

O ataque é mais um revés para os esforços do governo do primeiro-ministro Nawaz Sharif de realizar conversações de paz com os talibãs. Os seguidos ataques também assustam potenciais investidores estrangeiros que Sharif tenta atrair para auxiliarem na recuperação econômica do país.

MD/afp/rtr/lusa