As Filipinas depois do Haiyan
As equipes de resgate esperam o pior. O número de mortos ainda é desconhecido, mas estimativas apontam para dezenas de milhares de vítimas. Organizações humanitárias de todo o mundo tentam ajudar os sobreviventes.
Caos e desespero
O tufão Haiyan passou pelas Filipinas deixando um rastro de destruição. O número de mortos ainda é desconhecido. Localidades inteiras foram destruídas, linhas de energia e de telecomunicações estão cortadas. As autoridades locais não conseguem dar conta das medidas de emergência necessárias. Sobreviventes tentam se salvar como podem.
Escassez de alimentos
Após a devastadora tempestade tropical que atingiu sobretudo as ilhas de Leyte e Samar, no leste do país, na sexta-feira (08/11), a oferta de alimentos entrou em colapso. Moradores tentam salvar mercadorias de uma loja. A situação é especialmente difícil na cidade de Tacloban. Habitantes da localidade contam que viram pessoas desesperadas tentando levar arroz e leite de lojas.
Temor de saques
Sob uma forte chuva, os moradores tentam salvar seus pertences. "As pessoas perdem a cabeça em razão da fome ou da perda de seus entes queridos", contou o professor Andrew Pomeda. Na ilha de Leyte, até mesmo um comboio de caminhões com suprimentos foi atacado e saqueado. O carregamento se destinava a 5 mil famílias.
Comércio sofre invasões
Uma multidão descontrolada rompe as barricadas na frente de um estabelecimento. "O caos tomou conta de Tacloban", diz Roger Marcado, governador da província vizinha de Leyte do Sul. Na luta pela sobrevivência, a população invadiu lojas de alimentos e também chegou a tentar quebrar caixas eletrônicos.
Ajuda vinda do ar
Os primeiros carregamentos com suprimentos chegam às áreas atingidas. Membros da Força Aérea das Filipinas entregam mantimentos a moradores de uma aldeia na ilha de Panay. Muitas pessoas esperam ajuda em áreas completamente isoladas. Uma infraestrutura fortemente danificada impede uma ajuda rápida. A Cruz Vermelha pede doações em todo o arquipélago.
Cobertores da Alemanha
A catástrofe provocou uma onda global de solidariedade. As Nações Unidas, a Comissão Europeia e vários países prometeram milhões de dólares de ajuda imediata. O Programa Mundial de Alimentação (PAM) quer enviar 40 toneladas de alimentos. As organizações World Vision e Aktion Deutschland Hilft enviaram milhares de cobertores e lonas para abrigo temporário.
Refugiados
Em muitos lugares, as pessoas tiveram que deixar suas aldeias devastadas. De acordo com dados do governo, cerca de 800 mil moradores já deixaram para trás tudo o que possuem, indo procurar abrigos temporários onde várias centenas de milhares já estão alojados. De acordo com estimativas preliminares, mais de quatro milhões de pessoas foram afetadas pelas consequências do tufão.
Abrigo na igreja
A roupa é pendurada para secar no altar, duas crianças sentam sobre ele. Muitos sobreviventes procuraram refúgio nas igrejas que ainda estão de pé e que viraram abrigos temporários. Cerca de 80% dos filipinos são católicos. A província de Leyte já era, antes do desastre, uma das regiões mais pobres do país.
Apelo à solidariedade internacional
Moradores pedem ajuda para o abastecimento de refugiados num cartaz preso no muro de uma igreja. Países como Alemanha, Nova Zelândia, Austrália e EUA prometeram apoio. A organização ISAR Germany (International Search and Rescue), da cidade alemã de Duisburg, enviou 24 médicos, enfermeiros e paramédicos. Uma equipe de socorro da Defesa Civil alemã (THW) também está a caminho.
Gigantes atolados
Os navios de carga também são alvo de saqueadores. Eles foram arremessados terra adentro por ondas de grandes proporções em Tacloban. As embarcações guardam muita coisa que ainda pode ser aproveitada. Os portos e rotas de transporte destruídos transformam a distribuição de suprimentos num desastre logístico.