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Art Cologne, feira de arte mais antiga do mundo, tem início em Colônia

Sabine Oelze / Carlos Albuquerque10 de abril de 2014

Depois de passar por séria crise, Art Cologne se recupera e volta a atrair grandes galerias internacionais. Segredo está na oferta, qualidade e ligação com o local, diz diretor.

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Art Cologne 2014
'A pequena distância entre dois pontos', obra de Rayyane Tabet, à venda na Art CologneFoto: DW/Sabine Oelze

Começa a Art Cologne

Considerada a mais antiga feira de arte do mundo, a Art Cologne abriu mais uma vez as suas portas nesta quarta-feira (09/04) na metrópole renana. Este ano, as expectativas dos mais de 200 galeristas provenientes de 25 países são bem altas em Colônia.

Até o próximo domingo, os expositores da maior feira de arte da Alemanha esperam concretizar um faturamento milionário. Entre as obras de arte à venda destacam-se duas naturezas-mortas do pintor Ernst Ludwig Kirchner, uma série de nus de George Grosz, como também a aquarela Soubrette, de Otto Dix, que se encontrava desaparecida há vários anos.

Os preços variam de 100 euros até quantias milionárias, disse o diretor da Art Cologne, o americano Daniel Hug. Entre as obras mais caras está o quadro O medo da lebre, pintado em 1912 pelo alemão Franz Marc. O galerista Raimund Thomas está oferecendo a pintura por 9,4 milhões de euros. Segundo Thomas, um colecionador particular alemão e uma coleção privada estrangeira já mostraram interesse.

A galeria Henze & Ketterer está vendendo a pintura Pastor de montanha no outono, de Ernst Ludwig Kirchner, por 2,5 milhões de euros. Atualmente, obras da modernidade clássica são avaliadas como blue chip, ou seja, um investimento seguro para colecionadores. Mas quantias como essa são antes uma exceção na Art Cologne. A feira atrai principalmente colecionadores dispostos a comprar obras de até 100 mil euros.

Art Cologne 2012 Daniel Hug bei Pressekonferenz 2012
Daniel Hug trouxe novo brilho à feiraFoto: Art Cologne

Altas expectativas na Art Cologne

Muitos deles vêm da própria região alemã da Renânia, que continua famosa pelo interesse de seus colecionadores. Além disso, desde que a feira internacional de arte berlinense Artforum deixou de existir, em 2010, a feira de Colônia ganhou novamente em importância.

Após uma dura crise há cerca de dez anos, desde 2008 a feira coloniana tem se recuperado de forma espetacular sob a direção de Hug, que antes era galerista em Los Angeles. Atualmente, os galeristas berlinenses também marcam presença na Art Cologne.

Galerias famosas como a de David Zwirner, de Nova York, também voltaram a expor na Art Cologne. O pai do galerista nova-iorquino, Rudolf Zwirner, está entre os iniciadores da feira que surgiu em 1967 com o nome de Kölner Kunstmark (mercado de arte de Colônia).

Art Cologne 2014
'O medo da lebre', de Franz Marc, está sendo oferecido por 9,4 milhões de eurosFoto: DW/Sabine Oelze

Na edição deste ano, a Art Cologne também traz uma novidade: pela primeira vez há um setor para filmes. Hug afirmou sempre ter querido um formato para a arte das imagens em movimento. Segundo o diretor da feira, a maioria dos filmes é de curta duração, de forma que os visitantes podem assistir-lhes facilmente.

Oferta, qualidade e local

Um dos segredos do renascimento da Art Cologne foi a redução do número de expositores. Neste ano, somente 221 galerias receberam a licença para expor na feira. A metade vem da Alemanha. "Neste ano, superamos a já alta qualidade de oferta do ano passado", disse Hug. Para ele, um dos segredos do sucesso é fortalecer o aspecto local. "Somos internacionais, mas com foco na Alemanha. Para nós, três pontos são importantes: boa oferta, qualidade e a relação com o local."

Art Cologne 2014
Fotos com flores de Ai Weiwei recebem os visitantes da feiraFoto: picture-alliance/dpa

No ano passado, a feira atraiu 55 mil visitantes. Desta vez, os aficionados da arte estão sendo recepcionados no saguão por uma obra que o artista chinês Ai Weiwei concebeu especialmente para a Art Cologne.

Expostas sobre uma parede estão fotos de buquês de flores que o mais célebre artista chinês coloca todas as manhãs, desde o ano passado, na cesta de uma bicicleta estacionada em frente ao seu ateliê em Pequim, para protestar contra a proibição de deixar o país, imposta a ele. Apesar de abrir a feira de arte de Colônia, a obra de Ai Weiwei não está à venda.