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Arafat acusado de crimes contra a humanidade em Bruxelas

Roselaine Wandscheer27 de novembro de 2001

Líder palestino é responsabilizado por atentados de militantes palestinos. Lei belga prevê julgamentos de estrangeiros por crimes contra a humanidade cometidos no exterior.

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Um grupo de israelenses e belgas deu entrada a uma queixa coletiva contra o líder palestino Iasser Arafat, perante um tribunal em Bruxelas, acusando-o de crimes contra a humanidade. Os juízes irão primeiramente analisar a competência do tribunal para levar adiante a queixa, o que poderá levar meses.

Trinta pessoas e grupos acusam Arafat, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e a polícia da Autoridade Palestina de serem responsáveis pelos atentados terroristas, salientou o advogado Yves Oschinski, que representa a Associação de Vítimas do Terror, de Jerusalém.

A legislação belga prevê o julgamento de estrangeiros por crimes contra a humanidade, mesmo que estes tenham sido cometidos no exterior.

A queixa refere-se a atos de militantes palestinos radicais, como, por exemplo, o atentado suicida de agosto de 1974, que causou a morte de 16 pessoas em Jerusalém. Nos próximos dias deverá ser apresentada outra queixa contra Arafat em Bruxelas. Esta ação é de 20 pessoas, membros de um grupo que se intitula Comitê Mundial para Justiça e Paz.

Sharon reclama imunidade

Uma ação parecida está sendo movida desde junho contra o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. Nesta quarta-feira (28), está previsto o pronunciamento de seus advogados perante o tribunal em Bruxelas, que pretendem convencer os juízes da imunidade do político.

Processos semelhantes envolveram também o presidente cubano, Fidel Castro, o ex-presidente iraniano, Haschemi Rafsandschani, e o chefe de Estado de Ruanda, Paul Kagame.

Na queixa movida por um grupo de palestinos, Sharon é responsabilizado pelo massacre num campo de refugiados palestinos no Líbano, em 1982. Ministro da Defesa na época, Scharon renunciou ao cargo um ano mais tarde, depois que uma comissão de inquérito apurou sua responsabilidade indireta nas mortes.