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Aprender a lição

(ns)21 de março de 2003

Acabar com a dissonância e falar com uma só voz é a dura lição que a União Européia terá que aprender da crise do Iraque. Encontro de cúpula, em Bruxelas, exige respeito à integridade e soberania do Iraque.

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Jacques Chirac (e) e Gerhard Schroeder em BruxelasFoto: AP

Diante do início da guerra que semeou discórdia na União Européia, os chefes de Estado e governo deixaram de lado suas diferenças quanto à política em relação ao Iraque e voltaram as atenções para o futuro. No encontro de cúpula em Bruxelas, na noite de quinta-feira (20/03), chegaram rapidamente a um acordo quanto a uma resolução, em que trataram dos desafios que representam o futuro do Iraque, a estabilidade no Oriente Médio e o papel das Nações Unidas.

A união faz a força

Obviamente, a resolução não passa de um denominador comum e mínimo. "Divergências de meses não podem ser eliminadas numa noite", observou o presidente do Conselho da UE, Konstantinos Simitis. No entanto, todos estão conscientes de que não há outra alternativa para a Europa dos 15 do que procurar "colar" a rachadura que partiu os europeus nos blocos de defensores e adversários da guerra.

Für den Krieg
Tony Blair (e) e Jose M. Aznar - os fiéis aliados dos EUAFoto: AP

"A Europa só poderá prestar uma contribuição valiosa para a paz no mundo, se suas nações se unirem na UE", disse o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, pouco antes de começar a cúpula. A disputa interna prejudicou a União Européia, assim como as Nações Unidas, a OTAN e as relações com os Estados Unidos, segundo Prodi. No mesmo sentido manifestou-se o primeiro-ministro de Luxemburgo, Guy Verhofstadt, ao frisar: "Este é o momento de aprender a nossa lição. Precisamos chegar, finalmente, a uma política Externa e de Segurança conjunta".

Respeito à soberania e solidariedade com os vizinhos

Quanto ao Iraque, a resolução exige que se respeite a integridade e a soberania do país, bem como os direitos do povo iraquiano. As Nações Unidas devem desempenhar um papel central no que se refere às medidas de ajuda, durante e após a guerra. A ajuda humanitária deve ser iniciada imediatamente. Segundo informações de Berlim, a Alemanha já teria destinado, de imediato, 150 milhões de euros.

Os chefes de Estado e governo declararam sua solidariedade com os países vizinhos do Iraque, que serão afetados pelas levas de fugitivos da guerra. Esses países devem abrir mão de qualquer medida que leve a mais instabilidade na região. Eles também teriam uma responsabilidade especial no combate ao terrorismo.

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Conselho de Segurança aprova resolução sobre o Iraque em 8 de novembro de 2002Foto: AP

A declaração ressalta o papel fundamental da ONU e do Conselho de Segurança para a estabilidade e a paz no mundo; afirma que a UE vai intensificar o diálogo e a cooperação com os países árabes e o mundo islâmico; reconhece a necessidade de aprofundar as relações transatlânticas e de a UE afinar sua política Externa e de Segurança.

O amplo consenso quanto à ajuda humanitária não impediu discussões quanto à reconstrução do país, uma vez encerrada a guerra. Alguns países não viram motivo para arcar com os custos da destruição provocada por uma operação militar que a ONU não aprovou.