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Apesar de cessar-fogo, conflito continua na Ucrânia

28 de junho de 2014

Trégua foi estendida até segunda-feira, mas incidentes foram registrados na região de Donetsk. Ministro do Exterior russo acusa Estados Unidos de instigarem conflito na ex-repúlica soviética.

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Foto: Reuters

Poucas horas após a prorrogação do cessar-fogo na Ucrânia, governo e separatistas acusaram-se mutuamente neste sábado (28/06) de não cumprir o acordo, relatando a continuidade da violência na região de Donetsk.

"Em Kramatorsk as ações militares continuam", afirmou o líder separatista Miroslav Rudenko à agência russa de notícias Interfax. Rudenko acredita que o objetivo da prorrogação do cessar-fogo até a próxima segunda-feira, anunciada na noite de sexta-feira pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, é dar tempo aos militares para preparem um golpe contra os rebeldes.

Em contrapartida, as tropas do governo acusam os separatistas pró-Rússia de abrir fogo contra soldados no aeroporto de Kramatorsk. Ninguém ficou ferido durante o confronto. O ministro de Defesa da Ucrânia, Mikhail Koval, admitiu que, apesar do cessar-fogo, ocorreram provocações ocasionais. "Mas nós controlamos o processo", reforçou.

Segundo o governo em Kiev, o cessar-fogo anunciado no dia 20 de junho deve ser usado para implementar o plano de paz proposto por Poroshenko. Os rebeldes exigem que o governo retire todas as tropas que estão no leste da Ucrânia, para dar início as negociações de paz, e se recusam a largar as armas.

Elogios e acusações

No sábado o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, elogiou na televisão estatal os esforços de paz do presidente ucraniano. No mesmo pronunciamento acusou os Estados Unidos de estarem incentivando a Ucrânia a desafiar Moscou.

"Há ainda nossos colegas americanos que – para isso há muitos indícios – procuram de todas as maneiras empurrar a liderança ucraniana para o confronto", declarou Lavrov. O ministro acrescentou que as chances de resolver o conflito na região seriam muito maiores se a situação dependesse somente da Rússia e da Europa.

Segundo Lavrov, há outros atores na liderança ucraniana, como forças radicais e ultranacionalistas, aliados da direita e também unidades pagas por oligarcas, que têm muita influência e não obedecem a Poroshenko.

Papel da Rússia

O ministro admitiu que a Rússia tem influência sobre os rebeldes, como ocorreu, por exemplo, no caso da libertação dos observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas alegou que a influência de Moscou é limitada.

"Há razões para acreditar que eles nos ouvem em alguns aspectos da nossa posição sobre a crise ucraniana, mas não significa que eles irão imediatamente atender a nossos apelos", reconheceu Lavrov.

Nesta sexta-feira, a União Europeia deu um ultimato a Rússia e aos separatistas ucranianos. Eles têm até a próxima segunda-feira para tomar medidas com vista a diminuir a violência, inclusive libertando todos os reféns, recuando dos postos de fronteira e concordando em manter o cessar-fogo, além de iniciar as negociações sobre o plano de paz.

Quatros observadores da OSCE ainda continuam presos, mas os rebeldes garantiram que eles serão libertados nos próximos dias.

CN/dpa/rtr/ap/afp