Pelé
22 de outubro de 2010Os meses em que jogou no Santos, eterno clube de Pelé, foram para Zé Roberto a realização de um sonho de criança. Depois de quase 10 anos na Bundesliga, o atleta voltou ao Brasil em 2006, contratado para jogar exatamente no clube que consagrou seu ídolo e justamente vestindo a camisa 10, a mesma de Pelé.
"Era como realizar um sonho. Jamais pensei que um dia fosse jogar no Santos com a camisa 10. E também que eu mesmo iria entrar para a história daquele clube, que ia virar um ídolo da torcida, jogando com a mesma camisa do Pelé. Aqueles 10 meses em que joguei no Santos foram como um sonho", recorda.
"Era como um filme, um sonho que tinha na época em que era moleque, jogava futebol na rua e sonhava em ser profissional. Foi uma fase que me marcou."
Na oportunidade, Zé Roberto finalmente conheceu pessoalmente o "rei do futebol". "E não o conheci só de passagem", ressalta. "Fiz reportagens junto com ele, porque eu vestia a camisa 10, e o Santos se tornara campeão paulista e estava nas finais da Copa Libertadores das Américas. Tiramos fotos juntos. Isso marcou a minha carreira. Foi maravilhoso."
Embora Zé Roberto não tenha visto Pelé jogar, ele lembra que o "rei" foi uma inspiração, uma referência desde os tempos de garoto. "Lembro que, quando a gente jogava bola na rua, era uma briga porque cada criança escolhia um personagem, um jogador para interpretar. E todo mundo queria ser o Pelé", recorda.
Fonte de inspiração
"Pelé foi, sem dúvida, importante na minha formação, na minha carreira. Sempre foi meu grande ídolo, apesar de ele ter jogado na época do meu pai, do meu avô. Mas ainda quando criança e vendo os seus vídeos, as suas jogadas, isso me inspirava muito", complementa.
Um lance de Pelé que está entre os seus preferidos foi o gol não feito na partida contra o Uruguai na Copa do Mundo de 1970. "Ficou marcada na minha memória aquela jogada do Pelé em que, infelizmente, não saiu o gol, na qual ele deu uma meia-lua no goleiro, driblando com o corpo, deixou a bola passar, bateu cruzado e a bola não entrou", recorda. "Foi uma jogada diferente, bonita, na qual infelizmente não aconteceu o gol, mas para mim marcou muito."
Pelé é referência pelo que fez e até pelo que não fez, como lembra Grafite, do Wolfsburg, brasileiro de destaque no Campeonato Alemão. Ele comenta que os gols não feitos de Pelé são tidos hoje como exemplo. "Quando um jogador faz um gol muito bonito, a gente fala que foi o 'gol que Pelé não fez'", afirma.
"Os dois famosos lances que ele não conseguiu converter em gol, como o drible no goleiro sem tocar na bola em que ele chuta cruzado e a bola passa rente à trave, e um gol que ele tentou fazer, chutando do meio de campo, são os lances dele que mais me marcaram", acrescenta. "Na época ninguém tentava aquilo e hoje muitos o fazem."
Exemplo para brasileiros e para o mundo
O "rei do futebol" também foi uma referência sempre presente na infância de Grafite. O atleta do Wolfsburg conta que em alguns momentos chegava a ser comparado ao "rei" pelos mais velhos. "Quando a gente fazia alguma jogada mais bonita, as pessoas em volta falavam 'olha o pelezinho!'", conta.
Mesmo décadas após ter pendurado a chuteira, Pelé continua sendo um referencial de carisma e sucesso, dentro futebol e fora dele, lembra Grafite. "Pelé é um exemplo para a maioria dos jogadores brasileiros e do mundo todo. Ele é uma pessoa muito simpática e carismática, eu tive o prazer de estar com ele pessoalmente há uns 15 anos nos Estados Unidos. Ele é querido não só pelo que ele fez dentro do campo, mas também por tudo que fez mesmo depois que parou de jogar, por toda a sua vida, sua dedicação em ajudar as pessoas, ajudar o futebol."
Autor: Marcio Damasceno
Revisão: Roselaine Wandscheer