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Ano de perdas nas bolsas alemãs

Neusa Soliz29 de dezembro de 2001

O volume de transação nas bolsas da Alemanha diminuiu 25% e o DAX, índice das principais ações, fechou o ano com uma queda de 20%. O Mercado Novo foi o segmento que mais "queimou" capitais.

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Preocupação na Bolsa de Frankfurt, em 20.11.2001, quando o DAX caiu abaixo de 4 mil pontosFoto: AP

O DAX, índice das 30 principais ações alemãs, despediu-se de 2001 com 5160,10 pontos em 28 de dezembro, o último dia útil do ano. O aumento foi de 0,84% em relação ao dia anterior, mas o balanço de 2001 foi bastante negativo: o DAX perdeu quase um quinto de seu valor - 19,8% ou 1273 pontos - nos últimos 12 meses. Ou seja, para a maioria dos investidores, o ano foi um desastre.

Perdedores e ganhadores

- A perdedora do ano foi a ação da Lufthansa, que se desvalorizou ainda mais na seqüela dos atentados de 11 de setembro. Ela perdeu 44% do seu valor desde o fim de dezembro de 2000. Também tiveram desvalorização de mais de 40% as ações da Deutsche Telekom, do fabricante de componentes EPCOS, o banco HypoVereinsbank e o fabricante de chips Infineon.

A ganhadora foi a ação da Adidas-Salomon. Quem apostou no fabricante de artigos esportivos obteve um lucro de 33% em 2001. Somente mais três empresas proporcionaram lucros a seus acionistas: o fabricante de software SAP (29%) e as montadoras BMW (10%) e DaimlerChrysler (9,6%).

A catástrofe do Mercado Novo

- Se quem investiu em ações do DAX perdeu dinheiro ou não ganhou muito, bem pior foi a situação no Mercado Novo, onde o clima é de ressaca e depressão, após os tempos áureos das ações de tecnologia em 1999. O índice NEMAX-50 desse setor de forte crescimento, que então chegou a superar a marca de 9000 pontos, fechou o ano com 1150,10 pontos e uma queda de 60% em relação a dezembro de 2000. O único elemento positivo é que o NEMAX-50 já se distanciou dos 641 pontos de setembro, sua pontuação mais baixa de todos os tempos.

O perdedor do ano foi a ação da criadora de software Intershop, com uma desvalorização de 95%. As firmas com ações negociadas no Mercado Novo não saíram das manchetes, seja por concordatas e falências, transações ilegais na bolsa ou processos de indenização de acionistas. A Biodata foi a primeira empresa com ações cotadas no NEMAX-50 a entrar em estado de insolvência. Seu exemplo logo foi seguido por 20 outras e os analistas contam com mais insolvências em 2002.

Cai volume de transações

- A descrença de muitos investidores se reflete também no volume de transações nas bolsas alemãs, que diminuiu cerca de 25% no prazo de um ano. O faturamento total foi de 8,8 trilhões de marcos (9,2 trilhões de reais), quando em 2000 chegara a 11,930 trilhões de marcos(12,47 trilhões de reais). As ações da Siemens foram os títulos mais negociados, atingindo o total de 108,3 bilhões de euros (221,75 bilhões de reais).

Emissões

- Após centenas de lançamentos de ações na bolsa nos anos anteriores – 153 somente no ano passado – 2001 foi um ano magro em novidades no mercado. Houve apenas 19 emissões. No Mercado Novo a tendência negativa foi mais pronunciada ainda: 11 lançamentos, quando em 2000, 132 empresas aventuraram-se a conseguir capital nas bolsas.

Perspectivas

- Depois de um ano de vacas tão magras para os acionistas, os analistas depositam suas esperanças em 2002, acreditando que "pior não pode ficar". Alguns sinais positivos são a diminuição radical dos juros nos EUA e na Europa, bem como as drásticas medidas de contenção adotadas por muitas empresas. A maioria dos corretores e analistas conta com a recuperação dos mercados de capitais no segundo semestre.