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Annan quer prorrogar mandato da ISAF no Afeganistão

(ef)28 de fevereiro de 2002

Secretário-geral da ONU defende, em Berlim, o prolongamento da presença da tropa internacional de proteção em Cabul e mais ajuda ao país devastado por secas, guerra civil e bombardeios dos EUA na luta antiterror.

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Secretário-geral da ONU, Kofi Annan, discursa no Parlamento em Berlim.Foto: AP

Como primeiro secretário-geral da ONU a discursar no Parlamento da Alemanha, Kofi Annan defendeu a prorrogação do mandato da Força Internacional de Paz (ISAF) para o Afeganistão, estacionada em Cabul desde o início do ano, com a participação de 600 soldados alemães. Ele justificou que as tropas de paz da ONU não podem ficar por tempo indeterminado em países que superaram um conflito, mas nunca devem retirar-se abruptamente ou antes do tempo.

O mandato da ISAF é de seis meses e será comandada até o fim de março pela Grã-Bretanha. Alemanha e Turquia são mencionadas como possíveis sucessoras no comando. O governo social-democrata e verde do chanceler federal, Gerhard Schröder, já descartou, todavia, essa possibilidade, apesar do pedido do primeiro-ministro interino, Hamid Karzai.

Ajuda ao desenvolvimento

– O secretário-geral da ONU elogiou o papel da Alemanha na preservação da paz do mundo, depois da reunificação, 12 anos atrás, e incentivou o governo a participar mais dos esforços de paz, bem como aumentar sua ajuda ao desenvolvimento.

Em números absolutos, a Alemanha é um dos maiores doadores de ajuda ao desenvolvimento, embora sua contribuição tenha diminuído continuamente nos últimos 20 anos e corresponda hoje a só 0,27% do Produto Interno Bruto (PIB). Nenhum Estado cumpriu até agora o acordo para aumentar a participação de cada país para 0,7% do PIB. A propósito, Annan lembrou que a ONU continua mal preparada para uma estratégia global e para assumir novas tarefas no mundo.

O Prêmio Nobel da Paz de 2001 destacou também a cooperação da Alemanha com a ONU e o papel de organizações alemães de ajuda humanitária no Afeganistão, advertindo que o trabalho delas continuará sendo necessário mesmo após a retirada da força internacional de paz.

"Com a sua atitude construtiva, a Alemanha dá um exemplo admirável aos outros membros da ONU, o que é muito louvável porque houve tempos em que era considerada um Estado inimigo da comunidade internacional", disse Annan, referindo-se à época do nazismo.

Coordenação –

Annan reclamou que o sistema da ONU está muito dividido em zonas de competência e as decisões-chave continuam sendo tomadas pelos governos dos países-membros. Por isso, segundo ele, está sendo introduzida uma coordenação para abranger também o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Annan discutirá com o chefe de governo alemão, Schröder, e com os ministros do Exterior (Joschka Fischer) e da Defesa (Rudolf Scharping) sobre o terrorismo, a situação no Afeganistão, Oriente Médio e Bálcãs. Ele vai se encontrar também como o líder da oposição conservadora, Edmund Stoiber, concorrente de Schröder na disputa pela chefia do governo nas eleições parlamentares de 22 de setembro.