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Pacotes-bomba

24 de dezembro de 2010

Roma está em estado de alerta durante o Natal, após explosões de bombas terem ferido gravemente dois funcionários das embaixadas do Chile e Suíça. Grupo anarquista assumiu autoria dos ataques.

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Investigadores na embaixada suíça de RomaFoto: AP

A capital italiana está em estado de alerta durante o Natal, depois que duas bombas feriram gravemente um funcionário da embaixada do Chile e outro da representação da Suíça em Roma. Os ataques foram assumidos por um grupo anarquista que já realizou outros atentados na Itália.

"A segurança de alvos sensíveis foi reforçada. Funcionários de embaixadas e consulados estrangeiros devem permanecer em alerta e nos chamar se virem algum pacote suspeito", afirmou um porta-voz da polícia de Roma.

Mais um alarme falso

Embaixadas, ministérios e agências de correios foram colocados sob rígido esquema de segurança. Com o reforço, mais um alarme falso foi detectado nesta sexta-feira. Um pacote tido como suspeito encontrado na embaixada da Irlanda acabou sendo confirmado posteriormente como sendo uma lembrança natalina. Na quinta-feira ocorreram alarmes falsos nas embaixadas de Ucrânia, Eslovênia e Estônia.

O funcionário da embaixada chilena ferido ao abrir um pacote enviado à representação do país sul-americano perdeu dois dedos, conforme informou o hospital onde os dois homens estão sendo tratados. Seus olhos também foram atingidos pela explosão, e ele também sofreu cortes e queimaduras no peito, causados por "objetos estranhos", segundo observaram os médicos em comunicado. O integrante da embaixada suíça foi ferido na mão esquerda por uma explosão similar e "seu pulso apresenta fraturas múltiplas", completava a nota.

Ambas as bombas estavam dentro pacotes no formato de fitas de vídeo, repletos de explosivos e de fragmentos de metal, conectados a uma pilha de nove volts e a um filamento de lâmpada, segundo informaram jornais italianos, citando investigadores.

Griechenland Demonstration
Protestos na Grécia inspiram autores de ataqueFoto: AP

Uma fita isolante impedia a bombas de explodir, até que o pacote fosse aberto. Uma facção do grupo Federazione Anarchica Informale (FAI) assumiu a autoria em uma nota encontrada no local da explosão da embaixada chilena, em meio aos fragmentos do pacote detonado.

FAI: quase 30 ataques na Itália

A FAI já reivindicou cerca de 30 ataques menores na Itália nos últimos anos, começando com bombas depositadas em 2003 em uma lata de lixo diante da casa em Bolonha do então presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi. Seus alvos principais têm sido as forças policiais e autoridades carcerárias. Este é considerado o primeiro ataque com feridos reivindicado pela FAI.

"Decidimos fazer que nossa voz seja ouvida através de palavras e atos. Destruamos o sistema de domínio", diz a mensagem. A nota também expressou solidariedade com "companheiros na prisão" e grupos anarquistas na Argentina, Chile, Grécia, México e Espanha.

Os responsáveis se intitulam Célula Revolucionária Lambros Fountas da FAI, em menção a um conhecido anarquista grego morto em março último, em tiroteio com a polícia. A polícia grega está cooperando com os investigadores italianos. Os explosivos descobertos em Roma teriam semelhanças com as cartas-bomba detonadas há poucas semanas na Grécia.

"Os alvos não foram escolhidos ao acaso", afirmou Alfredo Mantovano, subsecretário de Estado do Ministério do Interior italiano, citado pelo periódico Il Giornale. Segundo Mantovano, a Suíça teria sido escolhida devido à prisão de alguns anarquistas italianos no país. E o Chile porque o anarquista Mauricio Morales foi morto naquele país em 2009, quando sua mochila com explosivos foi detonada antes do tempo. Grupos anarquistas culpam as autoridades chilenas pelo incidente.

MD/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente