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Amistoso: empate não decepciona

Marion Andrea Strüssmann9 de setembro de 2004

O amistoso entre o Brasil e Alemanha não poderia ter um final mais diplomático do que com o empate de 1 x 1.

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O teuto-brasileiro Kevin Kuranyi marcou o gol de empateFoto: AP

O empate de 1 x 1 no amistoso entre o Brasil e Alemanha, realizado na noite de oito de setembro no Estádio de Berlim, teve um resultado condizente com o desempenho das duas seleções de futebol. Os jogadores alemães foram mais ofensivos, técnicos e mostraram conhecer melhor o estilo de jogo da seleção campeã do Mundo.

O Brasil, por sua vez, apresentou bom entrosamento em campo, jogadas ensaiadas, uma delas inclusive levou ao gol brasileiro, e uma defesa bem estruturada. Ambas as equipes estavam equilibradas em campo.

O primeiro gol foi marcado por Ronaldinho Gaúcho, aos 9 minutos do primeiro tempo. Seu chute chegou a deixar o goleiro Kahn meio atônito. Ele nem teve tempo de chegar na bola, que bateu com facilidade na rede. O gol de empate foi marcado pelo teuto-brasileiro Kevin Kuranyi aos 17 minutos, também no primeiro tempo, com um chute de direita.

Após o empate, as duas seleções diminuíram o ritmo do jogo, embora a torcida ainda pudesse vibrar com alguns lances perigosos de ambos times. Ronaldo, centro das atenções e expectativas, teve uma atuação morna. No final do jogo, ele até pareceu não estar satisfeito com o empate. No último minuto, exibiu um show de bola driblando os adversários e correndo em direção ao gol mas acabou sendo barrado pela defesa alemã.

Elogios à equipe

Em seu segundo jogo no comando do time vice-campeão mundial e o primeiro jogando em casa, o novo técnico da seleção alemã, Jürgen Klinsmann, ficou satisfeito com o resultado. "Depois da partida fui elogiar a equipe no vestiário. Os rapazes mostraram que podem jogar à altura dos brasileiros. Nós havíamos combinado que iríamos crescer passo a passo rumo à próxima Copa do Mundo. Hoje demos um importante passo", assegurou o técnico.

A euforia da torcida alemã, que contou até com a presença do chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, e de políticos do primeiro escalão, provou que este não foi um mero amistoso. Foi um jogo entre gigantes. Neste contexto, o entusiasmo do público, "que nos acompanhou desde o primeiro minuto de jogo" foi importante para o técnico alemão e sua equipe. "Queremos repetir isto em 2006".

Fuso horário

Minutos antes de a partida começar, o Kaiser Franz Beckenbauer teceu alguns comentários sobre a seleção brasileira, afirmando que a equipe estaria cansada depois de jogar no último domingo (05/09) contra a Bolívia e voar diretamente para a Alemanha. O desempenho em campo provou que o Kaiser tinha razão, mas só em parte.

"Enfrentamos o problema do fuso horário", admitiu Carlos Alberto Parreira, tentando justificar o empate. "Mas se pensarmos que os alemães queriam ganhar de nós para aumentar a auto-confiança, então nosso desempenho não foi tão mal assim".

A grande estrela de lá e de cá

A grande estrela do jogo foi sem dúvida o teuto-brasileiro Kevin Kuranyi, 22 anos, que se tornou uma espécie de herói do futebol alemão. Autor dos 3 gols que garantiram a vitória da seleção alemã contra a Áustria por 3 a 1 no primeiro amistoso sob o comando de Klinsmann e hoje autor do gol que garantiu o empate, Kuranyi é apontado como a nova sensação do futebol.

"Eu disse para ele: está na hora de o Brasil conhecer você. Eu sabia que isto iria lhe dar garra e vontade de vencer", revelou Klinsmann. Deve ter sido com este pensamento que Kuranyi, que nasceu e viveu no Brasil até os 15 anos, marcou o gol de empate. Depois do jogo, ao ser interrogado por um jornalista alemão sobre o empate, o atacante Kuranyi disse que não estava triste por ter acabado com a vantagem brasileira. "Sei que meus pais gostaram do meu desempenho".

"Mas, e seu irmão que é fã da seleção brasileira?", perguntou o repórter. "Bem, ele vai ter que se conformar. Mas estou levando uma camiseta verde-amarela legítima de presente para ele, que ganhei agora no final da partida, de um dos jogadores da seleção". Assim como este amistoso entre Brasil e Alemanha, Kuranyi também foi bastante diplomático.