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Aliados europeus criticam Trump antes de cúpula do G7

Elizabeth Schumacher pv
8 de junho de 2018

Alemanha e França condenam decisões do presidente dos EUA de impor tarifas comerciais e retirar país de acordos internacionais. Para Berlim, Europa unida é a única resposta possível ao protecionismo de Washington.

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Donald Trump
Trump isolado? Macron sinaliza que aliados do G7 podem assinar acordos sem a participação dos EUAFoto: Getty Images/AFP/T. Charlier

Às vésperas da cúpula do G7, que começa nesta sexta-feira (08/06) no Canadá, lideranças políticas de Alemanha e França criticaram duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por taxações comerciais e pela saída de Washington de acordos internacionais.

"Nada do que o presidente dos EUA está fazendo tornará o mundo melhor, mais seguro ou mais pacífico", disse o ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, ao jornal Südddeutsche Zeitung

Até então, o governo alemão adotou amplamente uma política de desaprovação silenciosa em relação ao curso adotado por Trump, mas Maas rompeu o silêncio antes da cúpula do G7, que reúne os líderes de Canadá, EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão.

"Não podemos desviar o olhar", disse Maas. "Ele [Trump] sabe que o que está fazendo significa um prejuízo direto para a Europa."

O diplomata alemão citou especificamente as decisões de Trump de retirar os EUA do pacto nuclear de 2015 com o Irã e do acordo climático de Paris e de impor tarifas sobre aço e alumínio, classificando-as de medidas incompreensíveis contra os aliados mais próximos de seu país.

Na entrevista, Maas sinalizou a estratégia de Berlim para fazer frente a Washington. "A única resposta para America First First [EUA em 1º lugar] é Europe United [Europa unida]."

Contudo, Maas também advertiu que a Europa não deveria adotar uma atitude antagônica em relação aos Estados Unidos como um todo. "O que Trump está fazendo não é exatamente celebrado nos EUA", disse. "Temos que permanecer em contato com a sociedade civil americana."

Maas também destacou a necessidade de os países europeus buscarem outros aliados à medida que sua relação com Washington se deteriora, particularmente com países que "desejam manter a ordem mundial multilateral".

Tais sentimentos foram ecoados pela chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, quando questionada na quarta-feira sobre como lidaria com Trump na cúpula no Canadá. "Não faz sentido corrigir arbitrariamente nossas diferenças", respondeu.

Antes da cúpula no Canadá, o presidente da França, Emmanuel Macron, que tentou ser amigável com Trump num passado recente, também adotou uma linha mais dura contra a Casa Branca. Ao sinalizar que seus aliados não seriam intimidados, Macron deixou claro que os outros seis países participantes do G7 assinariam acordos sem Trump.

"O presidente americano pode não se importar em ficar isolado, mas também não nos importamos em assinar um acordo de seis nações, caso necessário", escreveu Macron em sua conta oficial no Twitter. "Porque esses seis países representam valores, eles representam um mercado econômico que tem o peso da história por trás dele e que agora é uma verdadeira força internacional."

Trump, por sua vez, argumentou que os países da União Europeia (UE) e o Canadá impuseram tarifas sobre os produtos americanos durante anos, em detrimento dos agricultores e das fábricas dos EUA, embora ele não tenha mencionado nenhuma regulamentação específica.

A cúpula do G7 em La Malbaie, no Canadá, está agendada para sexta-feira e sábado. Questões como igualdade de gênero e mudanças climáticas estão entre os principais tópicos a serem discutidos – este último especialmente em consequência da saída americana do acordo de Paris. 

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