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Alerta máximo

28 de maio de 2010

Cidades alemãs às margens do rio Oder reforçam diques e proteção com sacos de areia. Em alguns pontos, água já invadiu calçadas. Moradores se dizem confiantes em barragens recém-reforçadas.

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Placas de metal reforçam os diques em RatzdorfFoto: picture alliance / dpa

Os ajustes nos diques da cidade de Ratzdorf continuam. Trabalhadores seguem fixando placas de proteção de alumínio no asfalto. Um metro a mais de proteção para um pequeno distrito ao lado do rio Oder que, há 13 anos, ficou totalmente debaixo d'água.

Moradores e turistas acompanham os trabalhos nos diques e observam o nível da água subindo atrás da barragem. Árvores e galhos se sobressaem na água de cor marrom. Há tempos que a casa de medição, apenas há 20 metros distante dali, está cercada pela água. O indicador do nível de água de números vermelhos saltou para 6,29 metros.

A caminho

Chuvas fortes caíram na cabeceira do Oder nas últimas semanas. O rio chega na Alemanha na fronteira com a Polônia, faz uma curva e se junta ao Neisse.

A Polônia, República Tcheca e também a região dos Bálcãs foram atingidas por fortes inundações e houve também mortes. A Alemanha deve registrar o segundo nível mais alto do rio Oder em toda a história, segundo estimativas das autoridades. Apesar disso, acredita-se que não há motivos para pânico devido à proteção oferecida pelos diques.

Flut Hochwasser Oder Brandenburg
Caminhões trabalham com em Frankfurt (Oder)Foto: DW

De um lado do dique, o nível da água está subindo; do outro, a vida segue normalmente, como se nada estivesse acontecendo. O morador Siegfried Schröder acompanha a movimentação de sua garagem: "Novos diques foram construídos e tudo foi renovado. Não estamos com medo. Em três dias, a água voltará a baixar."

Custo da renovação

Mathias Freude, por outro lado, não está completamente confiante. Quase com 60 anos, ele segue cauteloso. Freude é presidente do Departamento de Meio Ambiente de Brandemburgo, responsável pela prevenção de enchentes.

"Se não tivéssemos construído os diques, poderia-se chamar a situação de dramática", diz Freude. Até agora, as barragens funcionaram: "Gastamos 218 milhões de euros nas obras. O que é muito para um pequeno estado como Brandemburgo, mesmo com União Europeia e o governo federal tendo dado grande parte do dinheiro".

Flut Hochwasser Oder Brandenburg
Matthias FreudeFoto: DW

Os diques foram renovados, ficarndo mais altos e mais largos. Novas áreas de inundações foram criadas e 90% dos 163 quilômetros de diques foram saneados. O resto da área foi reforçado com sacos de areia.

Vida com inundação

Freude está à frente do Departamento de Meio Ambiente de Brandemburgo desde 1995 e ainda tem na memória as recordações da grande inundação de 1997. Naquele verão, a água cobriu os diques e invadiu o terreno até então protegido pelas barragens. Foram 550 hectares de terra, três povoados ficaram encobertos.

Trinta mil soldados e 10 mil voluntários trabalharam na região colocando sacos de areia na briga contra a água. Aquela cena não deve se repetir, esperam as autoridades. "Mesmo com esse nível de água, que não é, aliás, inofensivo para os diques, não temos problema", diz Freude. Até o momento, a situação por trás dos diques está sob controle.

Deutschland Hochwasser Oder Flut in Eisenhüttenstadt
Imagem da inundação de 1997 em EisenhuettenstadtFoto: AP

Sacos de areia

Mas nem todos moram em locais protegidos por dique. A alguns quilômetros rio abaixo, na cidade de Eisenhüttenstadt, a água já chega na calçada. Cerca de 30 pessoas trabalham em ritmo frenético enchendo sacos de areia e montando pilhas de proteção perto das casas.

Os bombeiros também ajudam o grupo e um caminhão traz os suprimentos. Cenas semelhantes podem ser vistas em áreas situadas em terras mais baixas próximas ao Oder. De lá, surgem críticas sobre as medidas de prevenção contra as enchentes.

O chefe do Departamento de Meio Ambiente de Brandemburgo está satisfeito com o trabalho do órgão. "Acho que não poderíamos fazer muito além do que temos feito", disse Freude. Em casos de emergência, estão disponíveis sacos de areia em grande quantidade.

"Tivemos três grandes inundações em apenas 12 anos, então temos experiência." Freude acompanha de perto a situação, controla os diques e coordena o trabalho dos voluntários. "Em caso de inundação, nunca se sabe o que vai acontecer na próxima hora", diz.

Autor: Heiner Kiesel (np)

Revisão: Soraia Vilela