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Alemães temem criminalidade com ampliação da UE

ef22 de abril de 2004

Aumento da criminalidade é um dos medos que os alemães têm com relação à ampliação da UE. Ele é alimentado por alardes da imprensa popular, alarmes da polícia e ignorância do povo sobre a queda das fronteiras.

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Fila de motoristas na fronteira teuto-tchecaFoto: AP

Entre os medos, em sua maioria difusos, que os alemães têm da adesão de mais dez países à União Européia, no dia 1º de maio, destaca-se o de um aumento da criminalidade. A culpa não é só da imprensa popular, que faz grande alarde com as advertências da polícia, mas também da falta de conhecimento da população sobre o trânsito de pessoas nas fronteiras dos 15 antigos países-membros com a dezena de novatos. A maioria ignora, por exemplo, que só vai acabar de imediato o controle de mercadorias.

Muitos alemães não sabem que o controle de pessoas nas fronteiras vai permanecer até que os antigos membros da UE estejam seguros de que os novatos podem garantir em suas fronteiras externas o mesmo padrão de segurança de que dispõem. Isto já existe, por exemplo, entre a República Tcheca e a Alemanha. As polícias de ambos os países fazem patrulhas conjuntas ao longo de sua fronteira comum.

Abertura por etapas

- Vai prosseguir o controle de passaporte nas fronteiras da Alemanha com a República Tcheca e a Polônia, porque os dois países ainda não aderiram ao Acordo de Schengen sobre o livre trânsito de pessoas. A Polônia, por exemplo, planeja atender as condições até 2007.

Ainda poderá demorar cinco anos para acabar de vez o controle de passaporte nas fronteiras dos antigos parceiros da UE com os novos. Até lá, vão fluir aproximadamente 960 milhões de euros dos cofres da UE, para os novatos poderem adquirir automóveis, helicópteros, computadores, aparelhos de visão noturna e outros equipamentos para reforçar a segurança de suas fronteiras com os países que não integram o bloco.

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Transporte de imigrantes ilegais chinesesFoto: dpa

Fronteiras mais vulneráveis

- A polícia alemã estima que, com o livre trânsito de mercadorias, as fronteiras da comunidade européia vão ficar mais vulneráveis, sobretudo para o narcotráfico. Em entrevista coletiva à imprensa, em Berlim, nesta quarta-feira (21), o Sindicato da Polícia Alemã alertou para os perigos da ampliação da UE para a segurança interna. Com o fim do controle alfandegário, surge um vácuo para o contrabando de cigarros, o narcotráfico e o tráfico de imigrantes ilegais para os países ricos da UE, segundo o presidente do Sindicato, Wolfgang Speck.

Speck disse não esperar uma explosão da criminalidade na Alemanha com o ingresso de dez países na UE no mês que vem, "mas acuso o governo em Berlim de minimizar os perigos". Ele exigiu mais equipamento tecnológico de ponta para a polícia de fronteira e um contingente adicional de 500 policiais por ano até 2009.

Truques mafiosos

- O Sindicato da Polícia Alemã havia advertido no início de abril para truques da máfia polonesa. Teria aumentado o número de jovens com menos de 14 anos mandados para cometer roubos e furtos na Alemanha, porque estes não podem ser punidos no país. Se apanhados pela polícia, só são ameaçados de repatriamento. Os narcotraficantes do Leste também estariam mais habilidosos e as máfias de automóveis roubados, cada vez mais sofisticadas.

Por outro lado, o governo da Saxônia, único Estado alemão com fronteiras com dois novos da UE no Leste, anunciou que a cooperação com as polícias de ambos os países melhorou muito nos últimos anos. O resultado positivo ficou evidente no balanço de 2003, quando houve uma redução de 20,9% da criminalidade na fronteira com a Polônia. Na fronteira com a República Tcheca, a queda foi de 2,7% em relação a 2002. No geral, o número de imigrantes ilegais transportados para a Alemanha caiu no ano passado para abaixo do registrado dez anos atrás. Em 1993 foram 8500 pessoas, em sua maioria albaneses de Kosovo. Agora o maior grupo é de chineses.