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Inflação na Alemanha

DW (stu / lk)30 de julho de 2008

A taxa de inflação na Alemanha subiu em julho 3,3% em relação ao mês anterior. Trata-se do maior aumento do custo de vida desde dezembro de 1993. O fato reflete na disposição para o consumo.

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Dinheiro rende cada vez menos na hora das comprasFoto: picture-alliance/Godong

Os preços ao consumidor não param de subir na Alemanha. Só de junho para julho o aumento foi de 0,5% a 0,6%, mantendo a taxa anual, como já em junho, no patamar de 3,3%, segundo cálculos do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) baseados em dados de seis dos 16 estados federados. Trata-se do maior aumento do custo de vida desde dezembro de 1993.

Gêneros alimentícios cada vez mais caros

Deutschland Supermarkt Lebensmittel Obst und Gemüse
Um supermercado alemãoFoto: picture-alliance/ dpa

Óleo para calefação, gasolina e diesel mantêm-se há meses no topo da lista de mercadorias que contribuem para a explosão dos preços. Sem o óleo para calefação e os combustíveis, a taxa de inflação se reduziria a 2,2%, segundo o Destatis. Mas os gêneros alimentícios, que subiram em média 8% no decorrer de um ano, também têm uma boa participação na carestia.

Em julho, mês de férias no Hemisfério Norte, os peritos do Destatis registraram ainda um aumento acentuado dos pacotes de viagens (13,7% a mais) e dos aluguéis de casas e apartamentos de temporada (27,1% a mais). De acordo com os critérios do Banco Central Europeu, a estabilidade de preços só é garantida se a inflação não ultrapassar o patamar de 2%.

A explosão dos preços reflete no clima de consumo, que está tão desaquecido como não ocorria há cinco anos. O retorno da crise financeira às manchetes contribuiu ainda mais para a insegurança dos consumidores, revelou no início desta semana o GfK, instituto sediado em Nurembergue especializado em pesquisas sobre o consumo.

O índice com que o GfK mede a expectativa de consumo caiu para 2,1 pontos na avaliação referente a agosto, tendo sido de 3,6 pontos em julho e de 4,7 pontos em junho. O barômetro que mede a disposição dos consumidores alemães caiu assim para o mais baixo nível desde junho de 2003.

Reflexos da economia global

Benzinpreise Zapfsäule Tankstelle in München
Preços dos combustíveis...Foto: AP

O comércio exterior está igualmente ameaçado. É verdade que neste ano a Alemanha conseguirá defender contra a China o título de campeão mundial de exportações e ultrapassará a marca recorde de 1 trilhão de euros em vendas ao exterior. Esses prognósticos são resultado de uma enquete realizada pela Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK) junto a Câmaras de Indústria e Comércio alemãs em 80 países.

Mas Axel Nitschke, diretor de comércio exterior na DIHK, adverte: "Apesar desses recordes, as perspectivas do comércio exterior alemão neste e no próximo ano não são mais tão cor-de-rosa".

Ou seja, a desaceleração da economia global afeta também as empresas voltadas para a exportação, tradicionalmente acostumadas ao sucesso. Para este ano, espera-se um crescimento de 7% nas exportações e, para 2009, de 6%. Comparando: em 2006, as vendas para o exterior aumentaram 13,6%. No entanto, Nitschke não vê o desenvolvimento com pessimismo: "O crescimento será mais vagaroso, mas continuará num patamar alto".

Embora as taxas de crescimento na Ásia e na Rússia sejam enormes, o mais importante mercado para produtos alemães continua sendo a Europa. Cerca de 66% das exportações destinam-se aos países da União Européia, sendo a França o maior comprador de produtos alemães. Nas vendas para a Romênia, a Bulgária e a Polônia, registram-se aumentos importantes.

10.12.2007 DW-TV Journal Wirtschaft Minireportage Heizung
... e do óleo para calefação explodemFoto: DW-TV

Já nas exportações para os Estados Unidos registra-se uma estagnação. "Em 2009, os Estados Unidos devem perder pela primeira vez a segunda colocação entre as destinações das exportações alemãs, passando para trás do Reino Unido", avalia Nitschke.

Em números absolutos, as Câmaras de Indústria e Comércio no exterior contam neste ano com exportações no valor de 1,020 bilhão de euros, soma que deve subir para 1,080 bilhão de euros em 2009.