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Alemanha tem equipe de 50 pesquisadores para analisar rivais na Copa

Clarissa Neher21 de março de 2014

Seleção do técnico Joachim Löw recebe relatórios com mais de cem páginas sobre adversários. Estudos detalham desde comportamento táticos de equipes a desempenho individual de jogadores.

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Foto: picture-alliance/dpa

O lema da Alemanha para a Copa de 2014 é "preparados como nunca". E o país parece estar levando a frase a risca. A seleção do técnico Joachim Löw conta com uma equipe de 50 pesquisadores de uma faculdade em Colônia apenas para analisar os adversários.

"Para cada adversário é feito um relatório detalhado sobre os padrões de comportamento correspondentes e gerada uma grande quantidade de vídeos. Em torneios, esses relatórios podem ter mais de cem páginas e os vídeos vários gigabites", explica o responsável pelo projeto, Stephan Nopp, da Escola Superior de Esportes da Alemanha, em Colônia.

Além disso, três analistas, entre eles Nopp, acompanham a gestão esportiva e o desempenho do time durante cada partida ou torneio preparatório. Ao relatório e ao material visual, são incorporadas observações detalhadas do departamento de estatística da Federação Alemã de Futebol (DFB).

Após coletado todo o material, as informações mais relevantes são repassadas ao departamento de futebol da DFB, onde novamente o conteúdo é reduzido, e os dados mais elementares chegam às mãos da equipe de Löw antes de cada partida.

Além disso, com ajuda de um software, os 50 pesquisadores analisam modelos de desempenho nos jogos, numa análise complexa que abrange desde comportamentos táticos do time às ações individuais de cada jogador – alemão ou adversário.

Fußball Deutsche Nationalmannschaft Gruppenbild
Seleção alemã terá EUA, Gana e Portugal pela frente na primeira fase do MundialFoto: picture alliance/augenklick/GES

Quase dez anos de projeto

O método está sendo usado pela seleção da Alemanha desde 2005, mas para a Copa de 2014 se tornou uma parceria mais estável. "A DFB utilizou essa fonte científica para o país estar bem preparado para esse importante evento esportivo. No decorrer dos anos, essa parceria se tornou profissional, com uma situação em que todos ganham: a DFB recebe as informações, e os alunos são formados em campo profissional prático", afirma Nopp.

A eficácia do método nos resultados é difícil de ser medida – a seleção alemã passou por um processo ascendente de reformulação na última década, e hoje é tida como uma das favoritas ao título mundial. "Essa preparação parece fundamental, pois determinadas estratégias podem ser baseadas em conhecimentos sobre os adversários", diz o especialista.

O pesquisador cita com exemplo uma disputa de pênaltis, onde é possível saber qual é o canto preferido de determinado jogador ou seu comportamento durante o chute, aumentando assim as chances de o goleiro defender.

Desde que passou a contar com a ajuda científica, a Alemanha esteve perto de ganhar alguns títulos importantes. Em 2006 e 2010, ficou com o terceiro lugar na Copa do Mundo. Em 2008, foi vice na Eurocopa, e em 2012 caiu para a Itália na semifinal do torneio.

Nas Eliminatórias para a Copa de 2014, a seleção de Löw fez excelente campanha: foram nove vitórias e apenas um empate em dez jogos disputados – foram 36 gols marcados e dez sofridos. A Alemanha está no grupo G do Mundial, ao lado de EUA, Portugal e Gana.