1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Fundo de resgate

17 de janeiro de 2011

Ministro alemão anuncia que países da zona do euro não tomarão decisões imediatas a respeito de possível aumento do fundo europeu de resgate. Cresce pressão da UE sobre Alemanha, mas Berlim resiste.

https://p.dw.com/p/zyuT
Fundo é apenas para emergências, insiste Berlim

Os ministros das Finanças da União Europeia estão reunidos nesta segunda-feira (17/01) e terça-feira, a fim de definir o futuro do pacote de salvação do euro, que deverá vigorar até o ano de 2013, com o propósito de estabilizar os países da zona do euro.

A Alemanha já anunciou que se opõe a aumentar ainda mais o volume de aproximadamente 750 bilhões de euros destinados aos países que se encontram em dificuldades financeiras – atitude defendida pela Comissão Europeia e pela Bélgica.

Ainda não está claro, contudo, se o pacote de resgate deverá ser alterado ou não. Quanto mais recursos poupar, melhor sua classificação pelas agências de classificação de risco. Por isso, efetivamente, o fundo só dispõe em torno de 250 bilhões de euros para ajudar países em dificuldades, em vez de garantias de empréstimos de até 440 bilhões de euros.

Os ministros reunidos em Bruxelas discutem se há realmente possibilidades de tornar o fundo de resgate, intitulado Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), mais eficaz e, caso sim, de que forma isso poderia se dar.

Resistência alemã

A chefe de governo da Alemanha, Angela Merkel, tende manter a situação como está, diante do fato de que, até agora, tenham sido usados apenas 10% do fundo, para ajudar a Irlanda. Merkel mostrou-se mais otimista ainda neste sentido após os bem-sucedidos leilões de títulos públicos portugueses e espanhóis na última semana.

Triptychon Angela Merkel Haushalt 2
Chanceler federal Angela MerkelFoto: picture-alliance/dpa

Especialistas como Friedrich Heinemann, do Centro de Pesquisa Econômica Europeia, alertam para o fato de que aumentar o atual fundo para casos de emergência seria o mesmo que emitir para o mercado financeiro a mensagem de que os governos estão contando com novos problemas. Berlim argumenta, neste contexto, que o fundo está aí para ser usado em situações de emergência, mas apenas nelas.

AAA em risco?

Heinemann aponta também para o perigo de que países considerados AAA pelas agências de rating – a melhor posição na classificação – correm riscos. "Se, além da Irlanda, a Espanha e Portugal também resolverem apelar para o fundo, as garantias alemãs para o fundo poderiam rapidamente atingir 20% do PIB alemão", adverte o especialista. "Essa opção iria colocar em risco a classificação AAA da Alemanha e de outros países com boas notas", finaliza.

Para o ministro austríaco das Finanças, Josef Pröll, os recursos do fundo de resgate dos países da zona do euro deveriam ser mais bem utilizados. "Temos ainda uma boa margem de negociação após o auxílio Irlanda", diz Pröll. Segundo informações de diplomatas, o fundo dispõe, de fato, de 440 bilhões de euros, dos quais até agora só teriam sido usados 7%.

Wolfgang Schäuble PK zum Thema Verbot von ungedeckten Leerverkäufen
Wolfgang Schäuble, ministro alemão das FinançasFoto: AP

"Sem urgência"

Nas palavras do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, os representantes dos países da zona do euro não irão conseguir chegar a qualquer conclusão durante este encontro em Bruxelas. "No momento, não há nenhuma urgência de decisão. Hoje não vamos obviamente tomar decisão alguma. Já combinamos isso", disse o ministro antes do encontro na capital belga.

Segundo Schäuble, há um excesso de especulações, que acabam gerando apenas mais problemas. Isso só "colocaria em risco a atual situação tranquila e estável do mercado financeiro", apontou.

A Comissão Europeia, por sua vez, reivindica uma decisão a respeito de um possível fortalecimento do pacote de resgate, apesar de toda a resistência demonstrada pela Alemanha. A ministra espanhola das Finanças, Elena Salgado, defende um pacote "o mais flexível possível".

SV/dpa/rtr/afp

Revisão: Roselaine Wandscheer