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Alemanha proíbe associação que ajuda o Hamas

(ef)5 de agosto de 2002

A Alemanha proibiu a associação palestina Al-Aqsa e congelou os seus bens, porque ela financia terroristas da organização radical islâmica Hamas, responsável pela maior parte dos atentados suicidas em Israel.

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Terrorista suicida palestino em Jerusalém, imagem do cotidiano em IsraelFoto: AP

A associação Al-Aqsa arrecadava dinheiro na Alemanha a partir da cidade de Aachen. Ela é acusada pelo governo israelense de financiar atentados suicidas e isso foi confirmado em Berlim, nesta segunda-feira (05), pelo ministro alemão do Interior, Otto Schily, ao anunciar a sua proibição.

"A Al-Aqsa apóia o uso da violência no Oriente Médio", disse o político social-democrata. "Ela prometeu dar ajuda financeira aos familiares dos chamados mártires, mostrando claramente disposição de fomentar tais atentados, e nós na Alemanha não toleramos nem atividades terroristas nem associações que apoiam atividades terroristas no exterior", justificou o ministro.

Obrigação - O governo alemão tinha que agir com determinação e rapidez, segundo o ministro, e o ato de proibição da Al-Aqsa resulta das obrigações previstas nas resoluções que o Conselho de Segurança Internacional aprovou depois de 11 de setembro. A onda de atentados palestinos nos últimos dias em Israel, com saldo de quase 20 vítimas, levou as autoridades alemãs a agir com maior rapidez.

"Acho que é muito grande e profunda a indignação no mundo com a serie de atentados suicidas, com um número ultra- desproporcional de vítimas", justificou Schily, observando que entre as vítimas encontram-se também árabes e palestinos.

Aviso

- Segundo o ministro, o "processo de proibição deve servir de advertência" e o governo vai agir duro, com intransigência, contra outras associações ou organizações que atuarem na Alemanha de forma semelhante à Al-Aqsa. Na semana passada, foi anunciado que o governo está estudando uma proibição do Hamas e da organização radical islâmica do Líbano Hisbolá.

"Ajuda humanitária" - A Al-Aqsa se apresenta na Alemanha como inofensiva. Em seu site na internet, ela se autodenomina "organização de ajuda humanitária para necessitados, órfãos e idosos, com o objetivo de atenuar, através de donativos, o sofrimento de pessoas nos territórios palestinos e melhorar as condições catastróficas de vida."

Segundo o ministro Schily, isto "é um engodo". Na realidade, o apoio é a organizações terroristas palestinas, principalmente a Hamas. "Ela propaga a Guerra Santa para a libertação da Palestina e destruição de Israel", disse o ministro, acrescentando que a Alemanha prometeu defender o direito de existência de Israel. Foi o extermínio de seis milhões de judeus pela Alemanha nazista, na Segunda Guerra Mundial, que levou à criação do Estado judeu na Palestina.

A associação vinha sendo observada há anos pelo serviço secreto na Alemanha, mas foi difícil acompanhar e provar a fluência de dinheiro para as organizações palestinas, via Arábia Saudita, a pátria do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, responsabilizado pelos atentados que destruíram o World Trade Center e parte do Pentágono.