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Alemanha lembra deportação de judeus durante o nazismo

19 de outubro de 2016

Em Berlim, cerimônia no memorial Plataforma 17 reúne 200 pessoas, incluindo autoridades e testemunhas do Holocausto. Presidente do Bundestag alerta que nenhum país é imune ao fascismo e à xenofobia.

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Participantes da cerimônia no memorial Plataforma 17 deixam flores em memória das vítimas
Participantes da cerimônia no memorial Plataforma 17 deixam flores em memória das vítimasFoto: imago/IPON

Cerca de 200 pessoas participaram nesta quarta-feira (19/10), no memorial Plataforma 17, na estação Grunewald, em Berlim, da cerimônia que lembrou os 75 anos do início das deportações de judeus para os campos de concentração nazistas. 

Leia mais: Há 75 anos começavam as deportações de judeus para os campos nazistas

O presidente do Bundestag (Parlamento alemão), Norbert Lammert, alertou que nenhuma nação é imune ao fascismo, à xenofobia, ao antissemitismo e ao fundamentalismo, incluindo a Alemanha. "Essas cerimônias de lembrança são importantes, pois demonstram nosso respeito pelas vítimas e a nossa responsabilidade para com o futuro", destacou.

Da plataforma 17 saiu o primeiro transporte de Berlim levando pessoas para campos de concentração, em 18 de outubro de 1941. Nele estavam 1.089 crianças, mulheres e homens que foram deportados para a então Litzmannstadt, na Polônia ocupada. O terror nazista vitimou, ao todo, 50 mil judeus de Berlim.

Em seu discurso, Horst Selbiger, de 88 anos, que conhecia pessoalmente muitas das pessoas que foram enviadas para a morte a partir da plataforma 17, lembrou das crianças que morreram em campos de concentração. "Por favor, lutem para evitar que essa indústria de matar crianças nunca mais se repita", disse.

Selbiger nasceu em 1928 em Berlim. Sua mãe não era judia, mas ele foi educado religiosamente por vontade do pai. Selbiger frequentou uma escola judaica até ela ser fechada. A partir de 1942 foi obrigado a fazer trabalhos forçados. Em fevereiro de 1943 foi preso e escapou por pouco – assim, como seus pais – da deportação para Auschwitz.

Há anos, Selbiger é voluntário e dá palestras, trabalhando para manter viva a memória do Holocausto. Ele foi cofundador da organização de autoajuda Child Survivors Deutschland – Crianças que sobreviveram à Shoah.

CN/epd/dpa