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Alemanha e China estreitam parceria econômica durante viagem de Merkel

7 de julho de 2014

Volkswagen, Airbus e Lufthansa fecham negócios com os chineses. Volume ultrapassa 2 bilhões de euros. Merkel volta a falar de direitos humanos, mas não menciona nenhum caso.

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Angela Merkel e Li Keqiang reforçaram laços econômicosFoto: Reuters

Em sua sétima viagem oficial à China, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, participou nesta segunda-feira (07/07) em Pequim, juntamente com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, da assinatura de seis acordos comerciais entre os dois países, num valor total de 2 bilhões de euros.

Após o encontro com Li Keqiang no Grande Salão do Povo, Merkel reforçou que a expansão da cooperação econômica com a China depende do desenvolvimento de uma sociedade livre. A chanceler pediu também mais acesso ao mercado, transparência e igualdade para as empresas alemãs.

"Nós deixamos claro, mais uma vez, que para nós desenvolvimento econômico, dos direitos humanos e da sociedade civil estão estreitamente relacionados", disse Merkel.

A chanceler afirmou ainda que espera que temas como direitos humanos e Estado de Direito sejam debatidos entre os dois países antes do terceiro encontro dos dois governos, programado para outubro em Berlim, mas não se referiu a nenhum caso específico.

Economia e direitos humanos

Já o premiê chinês se defendeu das críticas sobre violação de direitos humanos e disse que as reformas em curso também servirão para fortalecer o Estado de Direito na China. Li Keqiang disse ainda concordar com o diálogo, "no espírito de respeito e igualdade", sobre essas áreas controversas.

Além disso, o primeiro-ministro falou sobre a economia chinesa. Li Keqiang admitiu que o ritmo de crescimento está desacelerando e prometeu reformas para abrir mais o mercado, além da redução de impostos para pequenas empresas e aumento das opções de empréstimos.

"Nós precisamos inspirar a vitalidade do mercado e dar apoio para a economia real", disse Li Keqiang.

Os acordos assinados entre os dois países compreendem a construção de duas novas fábricas da Volkswagen na China, a venda de cem helicópteros do grupo Airbus para uso civil, no valor de 300 milhões de euros, e também a expansão da cooperação entre as companhias aéreas Lufthansa e Air China.

Angela Merkel in China
Merkel visita fábrica da Volkswagen, que tem na China seu maior mercado consumidorFoto: picture-alliance/dpa

A China também será o país homenageado na feira de tecnologia Cebit, em Hannover, no próximo ano.

A China é o terceiro maior parceiro comercial da Alemanha, ficando à frente dos Estados Unidos. Os dois países possuem um comércio bilateral anual de 140,4 bilhões de euros.

Setor aéreo

A Lufthansa e Air China assinaram um acordo para a criação de uma joint venture, possibilitando a ampliação da ofertas de rotas para as duas companhias. Para o presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, a parceria melhor o acesso da empresa alemã ao mercado aéreo chinês, o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A Air China transporta 49 milhões de passageiros por ano, sendo – com relação ao tráfego intercontinental – a maior companhia aérea do país.

"Nós ficamos satisfeitos por oferecer aos nossos clientes, especialmente na Europa e na China, melhores conexões de voo e serviço", declarou Spohr. O acordo entra em vigor já a partir de outubro deste ano.

Setor automobilístico

Além da assinatura do acordo para a construção de duas fábricas na China em parceira com a empresa chinesa FAW, a Volkswagen anunciou nesta segunda-feira que sua fábrica em Tianjin será inaugurada no final deste ano.

As duas novas fábricas deverão custar aproximadamente 2 bilhões de euros e, segundo fontes da empresa alemã, devem começar a funcionar entre 2017 e 2018.

A China é o mercado de vendas mais importante da Volkswagem: um em cada três carros da marca são vendidos no país. Além disso, 32% dos mais de 9,5 milhões de carros produzidos no mundo pela empresa foram fabricados em solo chinês.

A montadora alemã já possui 17 fábricas na China, sendo que oito produzem carros e as demais, peças. Nos cinco primeiros meses deste ano, com suas parceiras chinesas FAW e Shanghai, a Volkswagen já produziu 1,51 milhão de carros, 18% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Três dias

A viagem de Merkel para a China começou no domingo, em Chengdu, onde a chanceler se encontrou com membros do grupo de diálogo chinês-alemão, participou de um fórum sobre a cooperação urbanística entre a província local e a Alemanha, visitou uma fábrica da Volkswagen, além de se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.

Nesta terça-feira, a chanceler fará um discurso para estudantes na Universidade Tsinghua em Pequim, onde encerra a visita, e depois retorna para a Alemanha.

CN/dpa/rtr/afp/ap