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Alemanha condena primeira clonagem de embrião humano nos EUA

Laís Kalka26 de novembro de 2001

Governo, oposição e médicos são unânimes na rejeição do experimento realizado por empresa norte-americana.

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A notícia da primeira clonagem de um embrião humano por uma empresa de biotecnologia norte-americana foi recebida com críticas veementes na Alemanha. A ministra da Pesquisa, Edelgard Bulmahn, que qualificou o experimento de "irresponsável", criticou a "moral dupla" vigente nos EUA, onde os laboratórios privados têm plena liberdade de ação, enquanto o fornecimento de subsídios federais para esse tipo de pesquisa é proibido.

Segundo a política social-democrata, o governo alemão vai se empenhar pela proibição internacional da clonagem humana. Bulmahn ressaltou que, na Alemanha, é proibida tanto a técnica para fins de reprodução quanto a chamada clonagem terapêutica.

Ao anunciar seu feito, no domingo, a Advanced Cell Therapy (ACT) ressaltou que seu experimento não visava clonar seres humanos e sim desenvolver terapias para doenças como o câncer ou o mal de Alzheimer.

Mesmo esse argumento foi refutado pelo ex-ministro da Pesquisa, Jürgen Rüttgers. "Não há finalidade trerapêutica que justifique essas manobras fatais", declarou o político democrata-cristão.

Pesadelo

— Para o presidente da Câmara dos Médicos Alemães, Jörg-Dietrich Hoppe, as experiências dos cientistas americanos "demonstram um desprezo assustador pela vida humana". Um embrião clonado não representa um marco no desenvolvimento científico e sim "um pesadelo, que infelizmente se tornou realidade".

Hoppe ressaltou o valor da legislação alemã, que reconhece a necessidade de proteção da dignidade humana já a partir do momento em que a célula é fecundada.

O vice-presidente da Comissão sobre Direito e Ética na Moderna Medicina, do Parlamento, Hubert Hüppe, falou da "violação de um tabu", expressando ao mesmo tempo a esperança de que a clonagem logo seja proibida nos EUA.

Situação na Alemanha

— Na Alemanha, a importação de células-tronco de embriões humanos é uma questão extremamente controvertida. A Comissão Parlamentar, que desaprovou a importação por 26 votos contra 12, pretende entregar seu relatório amanhã (27) ao presidente do Bundestag, Wolfgang Thierse.

Na quinta-feira, por sua vez, o Conselho Nacional de Ética, convocado pelo chanceler federal Gerhard Schröder, pretende opinar sobre o tema. O debate do Parlamento sobre o assunto está previsto para janeiro.