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Alemanha condena atentado e pede fim do terrorismo e das retaliações

am28 de março de 2002

Governo alemão condenou severamente o atentado de Netanya (Israel), na noite de quarta-feira (27), no qual morreram 20 pessoas e mais de 100 ficaram feridas.

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O atentado de Netanya pode resultar numa nova escalada da violênciaFoto: AP

O ministro do Exterior, Joschka Fischer, afirmou que as partes envolvidas no conflito árabe-israelense têm de evitar todas as ações que possam resultar numa escalada da violência. O terrorismo e as medidas de represália não constituem solução para o conflito, disse o ministro alemão. "Este caminho só leva a um sofrimento crescente e ao desespero da população nos dois lados."

Segundo Fischer, é preciso dar uma chance real de êxito aos esforços do mediador americano Anthony Zinni por um cessar-fogo e à proposta de paz do príncipe herdeiro saudita Abdullah Ben Abdelaziz, a fim de que seja lograda uma distensão duradoura e uma solução política para o conflito do Oriente Médio.

Temor de represália

Nesta quinta-feira (28), o governo palestino evacuou os seus escritórios em Ramallah, por temor de um ataque israelense de represália ao atentado de Netanya. Uma advertência sobre possível ato de retaliação por parte de Israel foi transmitida a todos os funcionários civis e às forças de segurança nos territórios palestinos. Diversas escolas permaneceram fechadas para não expor os alunos aos perigos de novos bombardeios.

Durante a conferência de cúpula da Liga Árabe, em Beirute, fontes oficiosas deram conta, nesta quinta-feira, de que o presidente palestino, Yassir Arafat, acredita estar sob ameaça de morte. Numa conversa telefônica com participantes da reunião de Beirute, Arafat advertiu para a suposta intenção de Israel de voltar a ocupar Ramallah inteiramente. Ele prevê uma grande ofensiva israelense para as próximas horas, afirmou em Beirute o chefe da delegação palestina, Farouk Kaddoumi.

As Forças Armadas de Israel deslocaram cerca de 150 tanques de guerra para as imediações de Ramallah e conclamaram os estrangeiros a deixar a cidade. Na manhã desta quinta-feira, helicópteros militares sobrevoaram a cidade de Gaza. O Exército israelense bloqueou a estrada costeira, entre Gaza e a região sul da Faixa de Gaza, de acordo com informações divulgadas pelo serviço de segurança dos palestinos.

Aprovado o plano saudita

Na conferência da Liga Árabe, em Beirute, a proposta de paz do príncipe saudita foi aprovada com grande maioria. Uma comissão preparou a declaração final do encontro de cúpula, cujo teor principal é a oferta árabe de paz a Israel, baseada na proposta saudita.

A iniciativa do príncipe Abdullah prevê o estabelecimento de relações normais com Israel, bem como garantias de segurança e o reconhecimento do Estado judeu. Em contrapartida, Israel deve reconhecer o Estado palestino e permitir o retorno de todos os refugiados às suas regiões de origem.

Numa primeira reação, o governo israelense declarou que a proposta seria muito vaga. Também o presidente sírio, Baschir el Assad, manifestou reservas quanto aos termos da iniciativa. Os Estados Unidos elogiaram o plano saudita como um importante passo na direção certa.