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Alívio na EU após "sim" dos irlandeses

dpa / lk20 de outubro de 2002

Maioria dos irlandeses pronuncia-se a favor do Tratado de Nice, abrindo caminho para a ampliação da União Européia para o leste do continente. Países-membros e candidatos festejam resultado do plebiscito.

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Primeiro-ministro Bertie Ahern, aliviado com resultado do plebiscitoFoto: AP

O resultado foi mais claro do que esperado: 62,89% dos irlandeses votaram a favor do Tratado de Nice, em plebiscito realizado no sábado (19), abrindo caminho para a ampliação da União Européia para o Leste do continente. No primeiro referendo a esse respeito, realizado 16 meses atrás, a maioria rejeitara o acordo.

Luz verde

— "A Irlanda dá luz verde para a ampliação", anunciou o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi. Para o chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, o resultado comprovou que os irlandeses estavam conscientes de sua responsabilidade pela Europa. "Com esta decisão, o caminho para a ampliação da UE está livre", acrescentou. O ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, parabenizou a Irlanda: "Este é um sinal extremamente importante para os candidatos e uma contribuição essencial para o futuro da Europa".

Para o primeiro-ministro da Irlanda, Bertie Ahern, trata-se de um passo histórico. "A decisão positiva do povo irlandês é um 'sim' entusiástico em favor da ampliação." Ao contrário do Reino Unido e da Dinamarca, a Irlanda nunca foi um país eurocético, acrescentou.

Alívio

— O presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, declarou-se confiante de que, com o resultado do plebiscito na Irlanda, tenha sido removido um dos últimos empecilhos para a ampliação da comunidade. Com 39 milhões de habitantes, a Polônia é o maior entre os dez países candidatos ao ingresso para a EU no ano 2004.

O ministro do Exterior da República Tcheca, Cyril Svoboda, afirmou ser encorajador que a população irlandesa tenha demonstrado solidariedade para com o espírito europeu. Políticos dos países bálticos, entre os quais o primeiro-ministro da Letônia, Andris Berzins, expressaram igualmente seu contentamento.

Maior participação

— O índice de comparecimento às urnas (48,45%) foi bem maior do que no primeiro plebiscito, realizado em junho de 2001, quando ele não ultrapassou os 35%. Na ocasião, este fator foi visto como uma das razões pelas quais o índice de rejeição ao Tratado de Nice atingiu a marca dos 54%.

O primeiro-ministro Ahern, bem como líderes de todos os outros grandes partidos políticos, empenharam-se muito, de semanas para cá, por um "sim" dos irlandeses. Seu principal argumento era que, do contrário, a Irlanda se isolaria na comunidade. Além disso, o país, que já foi um dos mais pobres da Europa e deve o atual florescimento de sua economia às subvenções da UE, teria um "compromisso moral" perante os países do antigo bloco oriental, até agora desprivilegiados.

Uma segunda recusa do Tratado de Nice por parte da população teria representado uma grande derrota para Ahern e, segundo avaliação dos meios de comunicação do país, poderia ter-lhe custado o cargo.

Os outros 14 países-membros da UE já ratificaram o tratado, porém apenas por meio de votação nos respectivos parlamentos e sem a participação da população. Na Irlanda, a constituição prescreve um plebiscito sempre que estiver em jogo uma decisão que tenha a ver com a soberania do país.