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Agricultores exigem clareza nas leis de transgênicos

(aa)26 de fevereiro de 2002

Alemanha ainda precisa esclarecer as diretrizes que permitirão a utilização da engenharia genética e biológica na agricultura.

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A Federação Alemã dos Agricultores exige uma posição clara do governo em relação às leis sobre o emprego da engenharia genética no país. No segundo dia do Fórum sobre Técnicas de Engenharia Biológica e Genética, o presidente da federação, Gerd Sonnleitner, afirmou que a agricultura alemã está ameaçada pela "falta de credibilidade" da população em relação aos alimentos transgênicos.

O problema consiste em manter a competitividade dos produtos agrícolas, desfrutando das vantagens da técnica, e ao mesmo tempo conquistar a aceitação dos consumidores. Uma tarefa difícil, pois 70% dos alemães recusam-se a comprar produtos transgênicos. Por esse motivo, a federação deseja que o governo tome uma posição clara e definitiva a respeito.

Uma das questões a serem esclarecidas é a das regras de classificação dos alimentos e rações transgênicos. Deve-se especificar apenas os produtos com partes geneticamente alteradas, ou todo o processo? Caso a última opção seja necessária, haverá problemas em explicar a composição de alguns alimentos, nos quais são utilizadas determinadas enzimas com genes alterados, pois estas desaparecem no produto final.

Até o dia 17 de outubro, o governo alemão deverá adotar as diretrizes européias de cultivo de plantas transgênicas no país. De acordo com a regulamentação, a engenharia genética será permitida durante os próximos dez anos, mediante um rígido controle da produção.

Alemanha chega tarde

Segundo Sonnleitner, no mundo inteiro a engenharia biológica e genética já é uma realidade. Enquanto em outros países mais de 50 milhões de hectares estão cobertos com plantas transgênicas, na Alemanha não existe uma só plantação. De acordo com empresas de importação, praticamente nenhuma remessa de soja e colza que chega na Europa está livre da alteração genética.

Receosos, os alemães ainda resistem em comprar alimentos transgênicos por não confiar em sua segurança. Muitas críticas e manifestações de organizações de defesa do meio ambiente já tentaram impedir a implementação da engenharia genética no país. Os agricultores, por outro lado, ficam nesse impasse de desejarem avançar rumo ao mercado internacional, mas se vêem freados pelo consumidor nacional.