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Crise do euro

25 de julho de 2011

Agência de rating Moody's rebaixa nota da dívida grega para o pior nível antes da moratória, afirmando que o novo pacote de ajuda à Grécia trará grandes prejuízos aos credores privados.

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Agência criticou segundo pacote de ajuda a Atenas
Agência criticou segundo pacote de ajuda a AtenasFoto: picture alliance/dpa

A agência de classificação de risco norte-americana Moody's rebaixou nesta segunda-feira (25/07) a nota da dívida grega em três níveis, de "Caa1" para "Ca", o pior antes da classificação como default [moratória], representada pela nota "C". A agência avaliou que o país não conseguirá reembolsar integralmente seus credores privados.

A Moody's já havia sido a primeira das três grandes agências a degradar a nota de Atenas, depois do anúncio do segundo plano de ajuda financeira aos gregos, acordado na quinta-feira passada.

O anúncio do segundo pacote de resgate e a probabilidade de uma troca dos títulos da dívida do governo grego por outros novos indicam que os "credores privados vão sofrer perdas substanciais", explicou a agência num comunicado. "Esta degradação reflete as perdas decorrentes da substituição dos títulos da dívida", acrescentou a Moody's.

A agência de rating estima que a partir do momento em que for efetuada a troca dos antigos títulos da dívida grega pelos novos, o governo grego estará em default. A probabilidade de que essa troca seja forçada é, na opinião da empresa, de "quase 100%". Uma troca desse tipo seria avaliada como default.

Esta é uma situação inédita na zona do euro e poderá provocar um efeito de contágio perigoso para o setor bancário europeu, que detém grandes quantidades da dívida pública grega.

Trichet tenta tranquilizar

Presidente do BCE, Jean-Claude Trichet
Presidente do BCE, Jean-Claude TrichetFoto: dapd

Numa atitude tranquilizadora, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, assegurou que "está tudo pronto para enfrentarmos qualquer eventualidade", dando a entender que o deficit grego estará sob controle.

A Fitch, outra grande agência de classificação, tinha anunciado na sexta-feira passada que iria avaliar a dívida grega como em default parcial se o novo plano modificasse os termos iniciais dos empréstimos.

O novo plano de ajuda à Grécia prevê uma participação de credores privados, como o setor bancário. Os bancos aceitaram não ser reembolsados na totalidade do valor dos empréstimos concedidos a Atenas e irão contribuir com quase 50 bilhões de euros para o resgate do país.

Esta participação será realizada, em grande parte, através da troca de títulos com vencimento até 2020, contra a aquisição de novas obrigações com prazo de 30 anos.

Para agência, pontos negativos superam positivos

Tal como a Fitch, a Moody's também indicou alguns aspetos que classificou como "positivos" no acordo do segundo pacote de ajuda à Grécia. Segundo a agência, o acordo permitirá à Grécia ficar um pouco menos dependente dos mercados financeiros e limitar os custos ligados à sua dívida, estimada em 350 bilhões de euros.

No entanto, terá um impacto "limitado" sobre o objetivo de redução da dívida de Atenas. "A Grécia continuará a ser confrontada com desafios de solvência a médio prazo: o total da dívida excederá em 100% o seu PIB durante vários anos", avaliou a Moody's.

O acordo da semana passada visou também conter o efeito de contágio aos países mais frágeis da zona do euro, como Portugal e a Irlanda. Mas, de acordo com a Moody's, para os credores desses dois países, nada é certo: os pontos negativos vão continuar a superar os positivos, o que "afeta a sua classificação", informou a agência.

MD/lusa/dpa/dadp
Revisão: Alexandre Schossler