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Adoçantes artificiais aumentam apetite, mostra estudo

13 de julho de 2016

Substitutos do açúcar afetam área do cérebro que estimula fome e incentivam consumo de mais calorias. Pesquisa liderada pela Universidade de Sydney conseguiu relacionar alterações neuronais ao consumo da substância.

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Adoçante
Foto: Fotolia/Monika Wisniewska

O consumo de adoçantes artificiais como substitutos do açúcar provocam o aumento do apetite, mostra um estudo publicado nesta terça-feira (12/07) pela revista especializada Cell Metabolism.

O Centro Charles Perkins da Universidade de Sydney e o Instituto Garvan de Pesquisa Médica concluíram que a substância gera um efeito na parte do cérebro que estimula o apetite e altera as percepções de sabor.

Apesar de ter menos calorias, os adoçantes causaram o aumento de peso nos animais testados na pesquisa.

"Depois da exposição crônica a uma dieta com adoçante a base de sucralose, vimos que os animais começaram a comer mais", afirmou o professor Greg Neely, da Universidade de Sydney.

"Descobrimos que dentro do cérebro, a sensação de doce é similar ao do conteúdo energético. Quando se perde o equilíbrio entre o doce e a energia por certo período de tempo, o cérebro calibra novamente e aumenta o total de calorias consumidas", explicou.

Testes com animais

A primeira parte do estudo foi feita com moscas que pousam em frutas. Após serem expostas por cinco dias a adoçantes artificiais, elas aumentaram o consumo de calorias em 30% em relação à dieta anterior, à base de frutas com açúcar natural.

A segunda parte da análise foi realizada com ratos que, depois de sete dias consumindo adoçantes artificiais, passaram a comer uma quantidade maior de comida e tiveram alterações neuronais.

"O consumo crônico de adoçante artificial aumenta a intensidade do doce em relação ao açúcar real e consequentemente incentiva o animal a comer mais", diz Neely.

Diariamente, bilhões de pessoas consomem adoçantes artificiais em todo o mundo. Esse é o primeiro estudo que identifica por que os adoçantes artificiais podem estimular o apetite. Outros efeitos secundários são hiperatividade, insônia e redução da qualidade do sono.

KG/efe/ots