Acabou o sonho da final da Copa para a Alemanha
5 de julho de 2006O Campeonato Mundial de Futebol praticamente terminou, pelo menos para a seleção alemã. Depois de muita luta, num duelo dramático, a equipe anfitriã foi eliminada na semifinal contra a Itália em Dortmund.
No fim, faltou um pouco de força e também uma pitada de esperteza. Mas é preciso reconhecer que os italianos foram melhores nesta final antecipada. Resta, pelo menos, o jogo de consolação pelo terceiro lugar no sábado em Stuttgart.
Mesmo que esta partida não tenha grande valor esportivo, é uma ótima chance para uma merecida despedida da seleção anfitriã. Durante três semanas e meia, a equipe de Jürgen Klinsmann nos fez segurar o fôlego e, com um futebol ofensivo, conquistou os corações dos alemães, causando uma euforia futebolística rara neste país.
Milhões de pessoas reuniram-se em frente aos telões instalados em praças públicas e festejaram não só os jogadores alemães, mas também os de outros países. "O mundo entre amigos" – este slogan realmente foi vivido na Copa.
Isso também foi visto assim no exterior. Neste sentido, o Mundial foi uma extraordinária publicidade para o país. E os alemães mostraram suas bandeiras numa intensidade inédita: o preto, vermelho e amarelo-ouro estavam presentes em todo lugar.
Mas isso não é a expressão de um novo nacionalismo ultrapassado e sim um pedaço de normalidade: sucessos no futebol são festejados como é normal em outras nações. Um outro efeito colateral positivo: o clima pacífico das festas não deu espaço para os hooligans provocarem brigas e tumultos.
Quanto ao sistema de Jürgen Klinsmann, é preciso dizer que, apesar de todas as críticas e hostilidades, o suábio residente na Califórnia revolucionou o futebol na Alemanha. O futebol atrapalhado, que reinou desde 1990, saiu da ordem do dia. Os alemães novamente puderam se alegrar em ver a seleção em campo.
Ainda não se sabe se Klinsmann fará uma nova tentativa para alcançar sua meta: a conquista de uma Copa do Mundo como técnico. Os responsáveis pela Federação Alemã de Futebol (DFB), no entanto, deveriam impreterivelmente tentar segurar Klinsmann e seu co-genial assistente Joachim Löw.
Times precisam crescer e o grande momento da jovem seleção alemã ainda está por vir: talvez, já na Eurocopa em dois anos. No no mais tardar, porém, na Copa de 2010 na África do Sul.
Franz Beckenbauer, que conquistou o último título para a Alemanha como técnico em 1990, também precisou de tempo para deslanchar. Espera-se que os métodos de Klinsmann também possam servir de exemplo para a Bundesliga, que ainda tem um desempenho fraco nas competições internacionais.