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A nova indústria do lazer

Petra Tabeling30 de outubro de 2002

Na época do Halloween, a abóbora predomina na decoração. Desde que a Alemanha aderiu à febre do Halloween, muitas lojas recorrem às "caras de abóbora", o símbolo da festa, na expectativa de fazer bons negócios.

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Lanternas com "caretas" de abóbora: o símbolo do HalloweenFoto: AP

No dia 31 de outubro, as bruxas estão soltas: é o dia do Halloween. O costume teria nascido há 2000 anos na Irlanda, onde os druidas celtas usavam o fogo para espantar os maus espíritos. Quem botou a abóbora na jogada foram os norte-americanos e certamente por razões comerciais: a colheita costuma ser abundante, e nada como estimular o consumo. Por outro lado, a abóbora é de fácil uso para decoração, bastando retirar-se o conteúdo do fruto e colocar uma vela dentro.

Em meados da década de 90, o Halloween conquistou a Alemanha e passou a ser comemorado. E, se no início estava um culto celta, hoje isso está há muito esquecido, predominando o caráter de festa popular, com intuito comercial.

Bruxas e fantasmas

Halloween Festival auf Burg Frankenstein
Foto: dpa

Seja o fruto real ou em forma de plástico, o comércio vende milhões de abóboras, morangas e inúmeros apetrechos para festas, desde fantasias de bruxas, caveiras, vampiros e fantasmas dos mais variados, até luzinhas para decoração e balas de goma em forma de diabos e demônios. O faturamento com esses produtos, na Alemanha, é avaliado em 100 milhões de euros por ano.

A indústria de brinquedos costuma fazer bons lucros. Desde 1994, o setor começou a fazer publicidade especial todos os anos, diz Dieter Tschorn, da Federação Alemã das Indústrias de Brinquedos. "Sejam artigos para presente, brinquedos, bebidas alcoólicas ou doces e guloseimas, hoje ninguém ignora o Halloween."

Doces vampiros

Das Produkt „HARIBO Horror-Mix“

"Também vamos nessa onda", diz Marco Alfter, diretor de marketing da Haribo, em entrevista à DW-WORLD, citando como exemplos as balas "Vampire" e o "Horrormix", como o nome indica, uma mescla de balinhas inspiradas nas figuras dos filmes de terror. Haribo é a marca mais conhecida de balas de goma e, como tal, não deixa passar em branco nenhum acontecimento importante para a garotada. Se já houve até dinossauros para mastigar, por que não as figuras assustadoras do Halloween?

Assim, a festa popular acabou tornando-se a terceira época de produtos especiais, além do Natal e da Páscoa, admitiu Alfter, que não quis divulgar quanto a Haribo fatura com isso. "Vendemos muito bem antes do 31 de outubro", foi tudo o que disse.

Efeitos de sinergia

Alguns fabricantes de produtos para o carnaval resolveram abastecer também os fãs do Halloween. O Rubies Gruppe, maior fabricante mundial de artigos de carnaval, com sede na região alemã da Renânia, vende por ano em torno de 40 milhões de euros na época da festa das caveiras e bruxas. Isso representa 5% do total movimentado pela empresa.

Embora a direção esteja satisfeita com isso, acha possível aumentar consideravelmente o faturamento. Um crescimento de 3% a 5% ao ano é realista, segundo o diretor de vendas Theo Welbhoff. E, se em alguns anos a festa de origem celta atingir a dimensão do carnaval, o negócio será mais lucrativo ainda.(ns)