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A "Nona" de Beethoven, obra imortal

13 de janeiro de 2003

Obra-prima do gênio da música Ludwig van Beethoven foi composta entre 1822 e 1824. O quarto movimento, a "Ode à Alegria", tornou-se o hino oficial da União Europeia em 1985.

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Partitura da Nona de Beethoven
Partitura da Nona de BeethovenFoto: picture-alliance/dpa

A Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven é executada em quase todos os atos comemorativos, seja da Reunificação da Alemanha, Jogos Olímpicos ou em programas de gala na TV. E desde 2003 sua partitura original integra, oficialmente, a lista da Memória da Humanidade.

Em ato festivo na capital alemã, a Biblioteca Estatal de Berlim recebeu da Unesco o certificado do registro da partitura da Nona Sinfonia na lista de Memory of the World. Em seguida, a Filarmônica das Nações, dirigida por Justus Franz, executou a sinfonia, na praça Gendarmenmarkt. Neste mesmo local, a obra do mestre que morreu surdo foi ouvida em 1826, depois da estreia em Viena.

A Memory of the World, criada pela Unesco em 1992, visa contribuir para a herança documental da humanidade. Entre os documentos que contém atualmente, estão os do Congresso de Viena, os arquivos do Gueto de Varsóvia, uma Bíblia de Gutenberg e os manuscritos do poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe.

Joia especial

O manuscrito de 200 páginas da Nona Sinfonia é um dos tesouros mais importantes do Departamento de Música da Biblioteca Estatal de Berlim, onde se encontram também originais importantes de Bach, Mozart e Mendelssohn. Mas, para o diretor da biblioteca, Graham Jefcoate, a partitura de Beethoven é uma joia especial: "Nenhuma obra da literatura sinfônica teve uma expressão tão ampla como a Opus 125 em ré menor de Beethoven".

A partitura original da obra composta por Beethoven entre 1822 e 1824 encontra-se quase integral na biblioteca berlinense. Só duas folhas estão na Casa de Beethoven, em Bonn, onde o autor viveu, e mais três folhas na Biblioteca Nacional em Paris.

Quando a Nona estreou em Viena, em 7 de maio de 1824, Beethoven, então com 53 anos, já sofria de deficiência auditiva avançada e demorou muito a perceber os aplausos. Depois da morte do compositor em 1827, a partitura passou às mãos de seu biógrafo Anton Schindler, e em 1846 partes dela foram para a Biblioteca Imperial de Berlim. Depois que a editora vienense da família Antaria entregou a parte final à biblioteca, o original ficou novamente quase completo.

Odisseia musical

Para proteger a obra na Segunda Guerra Mundial, a Biblioteca Estatal Prussiana mandou o manuscrito dividido em três partes para diversos lugares fora da cidade, diminuindo o perigo de perda total.

Só em 1967, depois de uma longa odisseia, as partes centrais da Nona Sinfonia chegaram a Berlim Ocidental. No mesmo ano, o governo da Polônia entregou o restante à República Democrática Alemã — a obra estava ao menos reunida novamente numa só cidade.