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A esperança e a corrida contra o tempo

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Os prognósticos pessimistas se confirmaram: mais de 20 mil pessoas morreram no terremoto que destruiu a cidade de Bam, sudeste do Irã.

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Embarque de ajuda humanitária para o IrãFoto: AP

"A destruição é incrível, parece uma guerra", descreveu Stefan Duda, membro da Defesa Civil Alemã (THW) que se encontra em Bam. Esta cidade histórica, de 100 mil habitantes, foi praticamente varrida do mapa pelo terremoto da manhã de sexta-feira (26/12), que atingiu 6,3 graus na escala de Richter.

Milhares de crianças viraram órfãs de uma hora para outra, famílias inteiras foram liqüidadas. A maioria dos sobreviventes perdeu tudo o que tinha. Embora não seja o mais intenso, este terremoto foi o mais devastador dos últimos 25 anos.

A busca de sobreviventes

Numa corrida contra o tempo, as pessoas continuam cavando os escombros, muitas vezes com as próprias mãos. O frio é intenso durante a noite, pois Bam fica a mil metros de altitude. E como a maioria das casas da cidade eram de barro não há praticamente espaços vazios entre as ruínas. Portanto, a cada minuto diminuem as chances de se encontrar sobreviventes

A televisão iraniana anunciou que foram resgatadas cerca de mil pessoas. Esta informação não foi porém confirmada pelas equipes de resgate alemãs. Segundo Nicolas Hefner, porta-voz da Defesa Civil, por enquanto forma encontrado sobretudo cadáveres. "Mas é importante transmitir esperança às pessoas", acrescentou. Em geral, 72 horas depois de um terremoto ainda é possível encontrar sobreviventes.

Críticas às autoridades iranianas

Surpreendentemente, a tevê estatal iraniana criticou a ação das autoridades locais. As pessoas em Bam tiveram que esperar 24 horas por uma ajuda organizada. Até o domingo, já estavam operando no local mais de 600 ajudantes estrangeiros. Vinte e um países enviaram equipes de resgate, segundo a ONU.

A Alemanha enviou 70 especialistas, dentre os quais médicos, bombeiros com cães farejadores e técnicos. A Áustria, Grã-Bretanha, Espanha, Itália, República Tcheca, Polônia, Kuweit e os Estados Unidos participam também da ajuda internacional.

Barracas, cobertores e geradores

A situação dos desabrigados é bastante crítica. A Federação Internacional da Cruz Vermelha lançou apelo para que sejam enviadas 20 mil barracas, 200 mil cobertores, 30 geradores de energia e 20 mil aparelhos de calefação a querosene. Da Alemanha decolaram neste domingo dois aviões com várias toneladas de ajuda humanitária.

Mais de 10 mil feridos foram transportados de Bam por pequenos aviões para hospitais de outras cidades iranianas como Teerã, Shiraz, Masha e Bandar Abbas. A Cruz Vermelha estima a ajuda humanitária será necessária durante muito tempo.

O custo da ajuda internacional ainda não pode ser calculado. A União Européia aumentou a sua ajuda imediata de 800.000 para 2,3 milhões de euros.