A dois pontos do próximo recorde
11 de setembro de 2002E quem duvida que Michael Schumacher baterá o novo recorde no próximo domingo? O pentacampeão mundial subiu ao pódio em todas as últimas 16 corridas (11 vitórias, quatro segundos lugares e um terceiro). A derradeira em que não participou da festa final foi exatamente em Monza, no ano passado, quando, aliás, terminou na quarta colocação.
Dizem que foi de propósito. Schumi estaria abalado psicologicamente e quis evitar perguntas incômodas na entrevista coletiva após o grande prêmio. As razões: os então recentes atentados de 11 de setembro, o grave acidente com Alessandro Zanardi no GP da Alemanha de Fórmula Indy e a resistência de outros pilotos em cobrar maior rigor nas medidas de segurança em Monza, após a morte de um oficial de pista em 2000.
Clima de festa
– Este ano, Schumacher está animado e espera comemorar as conquistas desta temporada em grande estilo com a torcida da Ferrari. "Temos de novo os dois títulos no bolso e queremos celebrar este sucesso com nossos tifosi. É sempre bonito poder retribuir com uma festa às pessoas que nos apoiaram o ano todo. No ano passado, não pudemos fazer isto devido aos acontecimentos", observa o alemão, que já soma 63 grandes prêmios vencidos.Na trilha deste recorde, Monza tem significado especial para Schumi. Foi com uma vitória em 2000 neste circuito italiano que ele igualou-se a Ayrton Senna, quatro anos depois de sua primeira conquista com a Ferrari no GP da Itália.
Otimismo cauteloso
– O mais bem sucedido piloto de todos os tempos da Fórmula-1 evita, no entanto, cantar vitória antes da hora. "Seria desavergonhado dizer que vamos faturar em Monza nossa décima-primeira corrida do ano", afirma cauteloso Schumacher, que bateu o recorde de primeiros lugares numa única temporada no último GP, na Bélgica.Com 122 pontos acumulados este ano (apenas um a menos que o total de 2001), o alemão espera uma briga acirrada das Ferrari com as Williams-BMW. No ano passado, o colombiano Juan Pablo Montoya festejou em Monza a conquista de seu primeiro e até hoje único grande prêmio, enquanto seu parceiro Ralf Schumacher ficou em terceiro lugar. O brasileiro Rubens Barrichello (Ferrari) foi segundo.
Ralf Schumacher considera exagero o respeito do irmão pentacampeão. "Depois da superioridade da Ferrari na corrida em Spa-Francorchamps, não arrisco mais qualquer prognóstico. Normalmente, deveríamos ter vantagem num circuito de alta velocidade (como Monza), mas também havíamos pensado que a teríamos no GP da Bélgica", pondera Ralf, sem esquecer o banho que os carros da escuderia italiana deram na concorrência em 1º de setembro.