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CriminalidadeAlemanha

1988: Assalto com sequestro paralisa Alemanha

Doris Bulau Publicado 16 de agosto de 2015Última atualização 16 de agosto de 2020

No dia 16 de agosto de 1988, dois homens armados tentaram assaltar um banco de uma cidadezinha alemã, fazendo duas reféns. O drama que se seguiu colocou em foco o sensacionalismo da imprensa.

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Os ladrões tomaram de assalto um ônibus com 25 passageiros durante a fuga
Os ladrões tomaram de assalto um ônibus com 25 passageiros durante a fugaFoto: picture-alliance/dpa

Em 16 de agosto de 1988, a Alemanha estarrecida acompanhou pelo rádio e pela televisão o drama que começou na cidadezinha de Gladbeck, no oeste do país. Dois homens armados haviam tentado assaltar um banco, e na fuga levaram duas reféns.

A perseguição policial foi acompanhada de perto pela imprensa. Ao final, duas pessoas foram mortas pelos criminosos, provocando um acalorado debate sobre o papel dos repórteres no episódio.

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Um fotógrafo sensacionalista pediu a Dembowski para posar, encostando o revólver na cabeça de uma das refénsFoto: AP

Dieter Degowski e Hans-Jürgen Rösner assaltaram uma filial do Deutsche Bank em Gladbeck, ao norte de Düsseldorf, levando duas reféns. A polícia atendeu suas exigências de 300 mil marcos e liberou um carro veloz para a fuga.

Não satisfeitos e empolgados com a repercussão que receberam na imprensa, os dois tomaram de assalto um ônibus com 25 passageiros, fazendo novas exigências ao vivo, nos microfones e diante das câmeras dos repórteres.

Sem estratégia, desorganizada, a polícia não conseguiu evitar a primeira morte. Um italiano de 15 anos levou um tiro, depois da tentativa precipitada de libertar uma refém. Durante a ação, que durou ao todo 54 horas, os carros usados na fuga e as reféns foram trocados. Duas garotas que estavam no ônibus foram obrigadas a acompanhar os criminosos e sua cúmplice.

Seguidos o tempo todo em caravana pela polícia, eles conseguiram fugir para Bremen, no norte da Alemanha, e depois para a Holanda. E, de lá, voltaram para a região onde o assalto havia começado. De repente, a informação de que estavam numa BMW no calçadão de Colônia, cercados por jornalistas e curiosos. Mas sem policiais por perto.

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Unidades especiais da polícia arquitetaram um plano para barrá-los na rodovia: acabou em banho de sangueFoto: picture-alliance/dpa

Começou a formar-se um cenário cada vez mais macabro, culminando com um fotógrafo sensacionalista pedindo a Dembowski para posar, encostando o revólver na cabeça de uma das reféns. O número crescente de espectadores em torno do carro aumentou ainda mais a autoconfiança dos criminosos.

Até que resolveram retornar à autoestrada, seguidos por um comboio de jornalistas. A esta altura, unidades especiais da polícia haviam arquitetado um plano para barrá-los na rodovia e que acabou em banho de sangue.

O carro dos ladrões foi abalroado e iniciou-se um longo tiroteio, resultando na morte da refém Silke Bischoff. A outra refém ficou gravemente ferida, assim como os dois ladrões e sua cúmplice.