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1904: Nasce Count Basie

Jens Teschke21 de agosto de 2015

Em 21 de agosto de 1904, nasce em Nova Jersey um dos maiores expoentes mundiais do jazz: o pianista, organista e band leader Count Basie. Por 48 anos, ele liderou uma orquestra considerada uma máquina de swing.

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Músico negro de paletó bordô e gravata borboleta ao piano, com violonista e baterista ao fundo
O músico Count Basie em 1966Foto: picture-alliance/Everett Collection

Desde cedo, tocava piano em espetáculos de cinema mudo, shows de vaudeville e teatros de variedades, enquanto frequentava as aulas de Fats Waller, outro gênio do jazz. Em 1927 foi para Kansas City, onde havia um verdadeiro boom de jazz e clubes noturnos. Inicialmente, tocou com os Blue Devils do baixista Walter Page, passando em 1929 para a banda de Bennie Moten.

Quando Moten morreu, em 1935, os integrantes da banda o escolheram como novo líder. Sob o nome Count Basie and his Barons of Rhythm, ele reuniu os melhores músicos da época, como Jo Jones na bateria, Walter Page no baixo, e o jovem e talentoso saxofonista Lester Young.

Quando a música da banda do Reno Club de Kansas City começou a ser ouvida nas rádios até em Chicago, chamou a atenção dos críticos. Entusiasmado, o famoso jornalista e crítico de música John Hammond fez elogios a Basie-Band na revista Downbeat. É dessa época a histórica Oh, lady be good, com um brilhante solo de sax-tenor de Lester Young.

A partir de 1937, Basie tinha ao seu redor um grupo de músicos que competia em pé de igualdade com grandes orquestras da época, lideradas, por exemplo, por Duke Ellington, Louis Armstrong, Chick Webb, Earl Hines, Fletcher Henderson, Artie Shaw, Benny Goodman e Tommy Dorsey. Com um estilo dinâmico, ele revitalizou o swing.

O primeiro grande sucesso de Basie foi One o’clock jump, que catapultou a banda de Kansas para New York. Pouco a pouco, porém, os integrantes do grupo começaram a tomar rumos diferentes. Em 1950, a big band se dissolveu. Veio então a segunda era Basie. Arranjadores como Neal Hefti, Benny Carter, Quincy Jones, Frank Foster ou Thad Jones compuseram novos sons. Count Basie tornou-se um exemplo de jazzista para várias gerações.

De 1950 a 1952, Count Basie liderou um octeto, retornando depois à sua big band. A orquestra contava então com a presença do vocalista Joe Williams, além de excelentes ritmistas, comandados por Basie ao piano, com Jo Jones na bateria, Walter Page no baixo e Freddie Green na guitarra. O talentoso grupo de músicos era completado por solistas de renome como Frank Wess, Frank Foster, Thad Jones e Billy Mitchell.

A nova orquestra conseguiu aumentar ainda mais a popularidade de Count Basie. Apesar de ser uma época em que o rock'n roll contagiava a juventude, Basie manteve seu prestígio. No outono europeu de 1957, durante uma turnê pela Inglaterra, sua orquestra foi convidada a fazer um show especial para a rainha Elizabeth, o que lhe garantiu enorme publicidade e um contrato de treze semanas no Waldorf Astoria Hotel de Nova York. Nas décadas seguintes, sua banda continuou fazendo sucesso, com novos arranjadores, entre eles Quincy Jones, que compôs o famoso April in Paris.

Basie gravou também com pequenos conjuntos, ao lado de Dizzy Gillespie, Milt Jackson, Joe Pass, Zoot Sims, Oscar Peterson, Benny Carter, J. J. Johnson e Clark Terry, além de tocar com cantores como Tony Bennett, Billy Eckstine, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan. Esteve em atividade até o fim da sua vida, realizando espetáculos nos Estados Unidos, Europa e Japão. Com a sua morte, em 24 de abril de 1984, a orquestra passou a ser dirigida por seus antigos músicos, entre eles Thad Jones, Quincy Jones, Frank Foster e Bill Hughes, e continua tocando até hoje. Porque o som de Basie é imortal.