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História

1631: Primeira agência de mediação de mão-de-obra

Catrin Möderler (rw)

No dia 4 de julho de 1631, foi inaugurado em Paris um escritório onde os desempregados podiam oferecer seus serviços. Pouco tempo depois, o registro nesta central tornou-se obrigatório para estrangeiros desempregados.

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Desempregado à procura de empregoFoto: dpa Zentralbild

Em meados do século 17, a França vivenciou um boom na construção de castelos. O país vivia um momento histórico de paz. As guerras haviam sido vencidas, os ingleses expulsos... Era hora de desfrutar a vida e o luxo!

Os nobres embelezavam seus castelos com gobelins, lustres de cristal e jardins suntuosos. Paris necessitava, obviamente, de mão-de-obra. Muita mão-de-obra. E esta sobrava na capital francesa, onde sobretudo os estrangeiros não tinham trabalho.

As guerras e turbulências políticas das primeiras décadas do século 17 haviam gerado uma enorme massa de refugiados. O problema era canalizar a mão-de-obra adequada para cada tipo de trabalho.

Assim se criou, em meados de 1631, o Bureau d'Adresse, escritório onde os desempregados se registravam, cedendo informações como endereço, qualificação e dados pessoais para contatos posteriores.

Quem tivesse emprego a oferecer consultava essa agência. O êxito da iniciativa levou o cardeal Richelieu, então secretário de Estado, a determinar que todos os estrangeiros sem trabalho se registrassem na central.

Duzentos anos depois, com a Revolução Industrial, a produção passou a ser executada em série, substituindo a manufatura artesanal de produtos. A nova demanda de mão-de-obra acentuou a migração do campo para a cidade.

Mas nem todos os migrantes conseguiam emprego. Aproximadamente 250 anos após a criação do Bureau d'Adresse, os desempregados franceses voltaram a criar uma instituição semelhante, independente do governo e dos empregadores.

Além de ser uma central de registro de desempregados, a nova Bourse du Travail (bolsa do trabalho) funcionava como centro de qualificação profissional e ponto de encontro dos trabalhadores. Foi uma espécie de precursora dos sindicatos.

Logo após a Primeira Guerra Mundial, esse tipo de prestação de serviço na área trabalhista foi ampliado com a criação do salário-desemprego. E, com o passar do tempo, continuou evoluindo. Hoje, os departamentos governamentais de trabalho atendem aos interesses dos patrões e empregados através da internet.