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HistóriaEuropa

1578: Nascia Ferdinando 2º, sacro imperador romano-germânico

Em 9 de julho de 1578, nascia o imperador Ferdinando, na Áustria. Obstinado pelo catolicismo, acabou sendo um dos protagonistas da Guerra dos Trinta Anos, juntamente com o soberano protestante Frederico 5°.

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Soldados saqueiam casa de camponeses na Guerra dos Trinta Anos: pintura de Sebastian Vrancx
Soldados saqueiam casa de camponeses na Guerra dos Trinta Anos: pintura de Sebastian VrancxFoto: DHM

Natural de Graz, na Áustria, Ferdinando foi educado num colégio jesuíta em Ingolstadt, no sul da Alemanha. Em 1617, tornou-se rei da Boêmia, e, no ano seguinte, da Hungria. Em 1619, sucedeu ao imperador Matthias à frente do Sacro Império Romano de Nação Germânica.

Ferdinando casou-se com Maria Ana, da Baviera. Apelidado "Imperador da Contrarreforma", foi radical inimigo dos protestantes. Seu objetivo era impor o absolutismo católico romano em seus domínios.

No chamado Sacro Império Romano do Ocidente, um dos reis alemães era eleito pelos príncipes e bispos, sendo coroado pelo papa como Imperador da Cristandade. Todos os outros reis deviam respeitá-lo como tal. Mas com a Reforma protestante, instalou-se um conflito entre os príncipes eleitores.

Na Boêmia, os grupos protestantes se rebelaram contra o imperador católico, construíram uma igreja evangélica num reduto católico e entronizaram o príncipe eleitor calvinista Frederico 5º, que estendia seu poder até o Palatinado e era o chefe da União Protestante contra os católicos.

Guerra dos Trinta Anos

Os principais adversários eram, do lado católico, Ferdinando 2º, e do lado protestante, Frederico 5º. O recém-coroado Ferdinando mandou as tropas de seu aliado, o duque Maximiliano da Baviera, para a Boêmia. Era a eclosão da Guerra dos Trinta Anos, o primeiro grande conflito europeu. Na primeira batalha, Maximiliano conseguiu controlar os revoltosos rapidamente.

Frederico do Palatinado teve que fugir. Em Praga, o imperador vingou-se dos revoltosos com a execução pública de 27 nobres, líderes do levante. Para reprimir a insatisfação popular, enviou para a Boêmia tropas comandadas por Albrecht von Wallenstein, um comandante alemão sedento de guerra.

Na década de 1620, parecia que Wallenstein iria impor a paz na Boêmia, mas então outros países europeus entraram no conflito. Os holandeses invadiram a Renânia para enfrentar os exércitos da Espanha e dos Habsburgos, comandados pelo poderoso general Spinosa. Em 1626, uma força dinamarquesa comandada pelo monarca Cristiano 4º invadiu a Alemanha pelo norte, para apoiar os protestantes.

Wallenstein ofereceu-se a Ferdinando 2º para expulsar os dinamarqueses, com um exército organizado por conta própria – e teve sucesso. Como prêmio, tornou-se príncipe imperial. Em 1630, o exército do influente rei sueco protestante Gustavo Adolfo 2º (1611–1632) invadiu o norte da Alemanha e avançou para a Renânia e a Baviera no ano seguinte. As tropas comandadas por Ferdinando 2º conseguiram expulsá-lo.

Diplomacia

Os protestantes alemães procuraram soluções pacíficas para o conflito, o que culminou no chamado Acordo de Paz de Praga, de 30 de maio de 1635. Esse acordo, porém, foi de pouca duração. A França e a Espanha intervieram, desencadeando mais uma série de lutas, que só terminaram em 1648, com a Paz de Vestfália, na qual foi reconhecida a liberdade religiosa dos calvinistas e dos demais protestantes.

Ferdinando 2º casou-se pela segunda vez com Eleonora Gonzaga de Mântua, em 1622, morrendo em Viena em 15 de fevereiro de 1637. Além das razões religiosas, entretanto, outros motivos haviam levado à guerra, inclusive disputas sucessórias e territoriais, bem como questões comerciais.