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Áustria ameaça pátrias de refugiados com sanções

Kate Brady
30 de dezembro de 2016

Ministro do Exterior pede por consequências drásticas a países que não aceitarem o retorno de seus cidadãos. Entre elas, o corte dos recursos destinados ao desenvolvimento.

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Refugiados a caminho da Áustria
Foto: Reuters/L. Foeger

O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz, pediu por consequências drásticas para os países que não aceitarem o retorno de seus cidadãos que buscam asilo na Europa. Tendo em vista o recente ataque em Berlim, ele também pediu por fronteiras melhor controladas.

Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, nesta quinta-feira (29/12), o ministro do Exterior austríaco afirmou que "muitos países não têm interesse que enviemos seus cidadãos de volta". Kurz afirmou que são necessárias medidas severas para resolver o problema do alto número de deportações rejeitadas de requerentes de asilo ou de pessoas que cometeram uma infração criminal.

De acordo com planos de Viena, os países que recusarem o retorno de seus cidadãos devem receber uma ajuda de desenvolvimento significativamente menor da Europa. "As transferências de dinheiro dos refugiados da Europa para os seus países de origem são um fator econômico importante", segundo Kurz.

A União Europeia (UE) tem, portanto, que agir de acordo com o chamado "princípio de menos por menos", pleiteou Kurz. Ou seja, aqueles que fazem menos receberão financeiramente menos.

Em suma, "para os países que não estão dispostos a receber seus cidadãos de volta os fundos para a cooperação ao desenvolvimento devem ser cortados". Simplesmente a ameaça já resultaria numa reconsideração maciça, de acordo com Kunz à publicação Der Spiegel.

Devido ao recente ataque terrorista a um mercado natalino em Berlim, o ministro austríaco das Relações Exteriores também exigiu por maior segurança nas fronteiras externas europeias. "Se não podemos controlar quem emigra à UE e quem mora aqui, isso é um risco à segurança", disse Kurz, acrescentando que seria "fatal equiparar refugiados com terror".

Por outro lado, segundo ele, é um erro acreditar que refugiados nunca possam se tornar criminosos ou terroristas. "Adverti há um ano e meio que as rotas dos refugiados também poderiam ser usadas por terroristas, o que, infelizmente, provou ser correto", salientou.

Ao longo da crise dos refugiados, a Áustria se aliou ao chamado grupo de Visegrad – Polônia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca – contra a política migratória da União Europeia. No início desse ano, a Áustria também foi fundamental para o fechamento da rota dos Bálcãs, após ter aumentado o controle nas fronteiras e estabelecido um limite máximo para requerimentos de refúgio.

Em novembro, Viena enviou 60 soldados à Hungria para ajudar a construir infraestruturas ao longo da fronteira húngara com a Sérvia, que não é membro da UE. O ministro da Defesa, Hans Peter Doskozil, insistiu, no entanto, que os soldados austríacos não estariam armados, nem envolvidos na interceptação de refugiados que chegarem à Hungria.