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À caça do inédito hexacampeonato

mw7 de março de 2003

Nem mesmo as radicais reformas nas regras da Fórmula-1 mudaram as perspectivas para a temporada 2003. Ninguém ousa arriscar palpite que não o hexacampeonato do alemão Michael Schumacher.

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Mais uma temporada vermelha?Foto: AP

"Minha fome de vitórias ainda não sossegou", avisa o insaciável Michael Schumacher. "Quero ganhar muitas corridas e ser campeão de novo", informa o pentacampeão mundial. Entretanto, o caçador de recordes não espera dominar como na temporada anterior. "Ficarei surpreso, se a gente conseguir repetir aquela vantagem ou aumentá-la." Palavras similares às do início do ano passado, diga-se de passagem.

Os primeiros testes do piloto de 34 anos com sua nova Ferrari F2003-GA passaram uma imagem promissora e nada alentadora para as demais equipes e pilotos. Seu irmão Ralf parece já ter jogado a toalha antes mesmo do primeiro GP. "Chega a ser enjoativo ver que tudo rola redondinho com Michael", disse o rival da Williams-BMW. A frustração de Schumi II é alimentada pela decepção com seu novo carro nos testes e a redução das chances de oferecer concorrência à Ferrari, ao menos na estréia em Melbourne.

Tão dramática a situação não é, na opinião de Norbert Haug. Mas o diretor de automobilismo da Mercedes, que fornece os motores da McLaren, não alimenta ilusões. "Recuperar o terreno perdido para a Ferrari é difícil", diz o executivo alemão. O escocês David Coulthard chega a ser cotado entre os candidatos ao título, mas na McLaren-Mercedes a meta real é retomar da Williams o segundo lugar entre os construtores.

Garantia de equilíbrio por decreto?

As esperanças dos adversários de não serem passados para trás em tempo e com vantagem de pontos recordes do "Super-Super-Superstar" – como o todo-poderoso da F-1, Bernie Ecclestone, refere-se ao pentacampeão – repousam nas mudanças dos regulamentos. Agora, os oitos primeiros colocados numa corrida ganharão pontos, e não mais apenas seis. A medida beneficia sobretudo os rivais da Williams (Ralf e Juan Pablo Montoya) e da McLaren (Coulthard e Kimi Räikkönen). Ao menos matematicamente.

As reformas visam também a sobrevivência das equipes pequenas, que por razões financeiras estavam perdendo cada vez mais terreno no campo tecnológico. Com o propósito de proporcionar economias de milhões de dólares, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu a ajuda eletrônica à direção (a partir do GP da Inglaterra, em julho), limitou os períodos de treinos e reduziu a quantidade de pneus que podem ser usados.

Além disso, os pilotos terão apenas uma volta para marcar tempo para a classificação para o grid de largada. Também foi proibida a transmissão de dados e restringiu-se a comunicação por rádio entre os boxes e os carros, a fim de evitar cenas como a do GP da Áustria de 2002, quando o brasileiro Rubens Barrichello, após liderar toda a corrida, teve de dar passagem para o parceiro Michael Schumacher. A FIA espera que as medidas resultem em maior emoção.

Alemães parceiros ou duelistas?

Do ponto de vista alemão, emocionante será acompanhar Nick Heidfeld e Heinz-Harald Frentzen. Pela primeira vez nos 54 anos de história da Fórmula-1, dois pilotos nascidos na mesma cidade serão parceiros numa equipe (Sauber). Aparentemente, porém, o clima não é lá de muita parceria, mas de duelo. A imprensa alemã já fala até no "Campeonato de F-1 de Mönchengladbach" e especula que, se o veterano Frentzen, quase já descartado pelo circo, vencer a briga, o jovem Quick Nick estará ameaçado de encerrar seu sonho de pular para uma grande equipe na elite do automobilismo.

E como desde 1995, a torcida alemã terá duas oportunidades para assistir os ases do volante no próprio território. Em 29 de junho, Nürburgring sedia o Grande Prêmio da Europa e, em 3 de agosto, Hockenheim será palco do GP da Alemanha. Cortado do calendário foi o GP da Bélgica em Spa-Francorchamps, o autódromo preferido de Michael Schumacher, onde ele estreou na F-1, venceu sua primeira corrida e por isso sentia-se em casa, assim como pela presença maciça dos fãs alemães vindos de além da fronteira a poucos quilômetros de distância.