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Vitória da oposição em eleições municipais em Moçambique

8 de dezembro de 2011

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na oposição em Moçambique, ganhou as eleições intercalares de 7 de dezembro no município de Quelimane. Prenúncio para uma mudança de poder também em Maputo?

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Supporter of the Movimento Democrático de Moçambique (MDM), with a flag as a sign of support for the party during the 2009 campaign. Foto: Ismael Miquidade, 23-07-2009, Maputo, Mozambique / Mosambik
A bandeira do Movimento Democrático de MoçambiqueFoto: Ismael Miquidade

É, pelo menos, essa a opinião do maior partido da oposição, a Renamo, que se apressou a congratular o MDM, considerando que a eleição de Manuel de Araújo, de 40 anos, é um “rastilho” para a saída da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) do poder. Enquanto o candidato do MDM ganhou as intercalares de quarta-feira (7.12) no município de Quelimane, a quarta cidade de Moçambique, as projeções dos órgãos de comunicação social dão a vitória dos da Frelimo em Pemba e Cuamba.

“A alternância de poder é possível”

Mas também observadores independentes saúdam a vitória do MDM, como “sinal de abertura política em Moçambique”, nas palavras de Sultan Mussa, Coordenador de Programa da Fundação alemã Konrad Adenauer, em Maputo. Em declarações que prestou à Deutsche Welle, Mussa salientou tratar-se da prova que em Moçambique é “possível haver uma alternância de poder”. Agora é preciso aguardar as eleições autárquicas de 2013 e 2014.

Daviz Simango, Gründer und Vorsitzender des MDM – Movimento Democrático de Moçambique. Ebenfalls Bürgermeister der Stadt Beira. Foto: Ismael Miquidade, 03-04-2006, Beira, Mozambique / Mosambik
Daviz Simango, Presidente do Conselho Municipal de Beira, fundador e líder do MDMFoto: Ismael Miquidade

Admitindo que a renúncia de uma candidatura em Quelimane da Frelimo, o segundo maior partido da oposição, poderá ter beneficiado o MDM, Mussa realçou a atratividade que de Manuel de Araújo exerceu sobre os eleitores: “É um candidato muito jovem, e foi eleito maioritariamente pelos jovens”.

Irregularidades ensombram as eleições

Cerca de 300 000 eleitores foram às urnas nos três municípios, cujos presidentes tinham abandonado os cargos antes do fim do mandato, em 2013, por motivos diversos. Na quarta maior cidade do país, Quelimane, havia cerca de 134 mil votantes, 87 mil na capital provincial de Cabo Delgado, e 47 mil em Cuamba, a segunda maior cidade do Niassa.

This is a 1984 photo of President of Mozambique Samora Machel. (AP Photo/Mark Peters)
A Frelimo governa Moçambique desde que Samora Machel assumiu a presidência em 1975, após a independênciaFoto: AP

Em Quelimane concorreram um candidato da Frelimo e outro do MDM. Aqui, registaram-se, no entanto, alguns problemas nos cadernos eleitorais que causaram constrangimento. Sultan Mussa, da Fundação Konrad Adenauer, enumera esses problemas: “Temos notícias de intimidações por parte da polícia, cadernos eleitorais paralelos e houve registos paralelos de eleitores em Cuamba”.

O voto conta

Egídio Morais, da Comissão Provincial de Eleições, confere, mas ressalva:  “Quando tomámos conhecimento da situação mandámos regularizar com as nossas equipas de supervisão”.

O observador independente, Mussa, confirma que, de um modo geral, o escrutínio “correu bem”. Graças a um acumular de experiências eleitorais, os cidadãos moçambicanos “começam a ter mais confiança neles próprios” e nas suas capacidades de influenciar as estruturas do poder.

Two unidentified children walk past campaign posters showing Armando Guebuza, presidential candidate for the ruling Frelimo party, a day before elections in Maputo, Mozambique, Tuesday, Nov. 30, 2004. Mozambique is holding its third parliamentary and presidential erlections set for December 1 and 2.(AP Photo/STR)
O acto eleitoral já tem tradição em MoçambiqueFoto: AP

Autor: Ezequiel Mavota (Maputo)/Carla Fernandes/Agenturen
Edição: Cristina Krippahl/António Rocha